Serasa: demanda das empresas de Minas por crédito sobe 0,7%

A busca das companhias de Minas Gerais por recursos financeiros subiu 0,7% em julho deste ano se comparado ao mesmo intervalo do exercício passado, conforme os dados do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian. Tal avanço do Estado, no entanto, foi somente o 17º maior entre as 18 unidades da Federação que registraram alta no período. O maior crescimento na procura dos empresários por financiamentos ocorreu em Roraima (6,1%).
Na comparação mensal, ou seja, entre o sétimo mês de 2023 e junho, a variação mineira foi de 7,4%. Nesse caso, 20 estados apresentaram uma elevação na demanda das companhias por linhas de crédito, sendo que o aumento observado em Minas Gerais ficou na 11ª posição. A maior oscilação na obtenção de empréstimos por parte das empresas ocorreu na Paraíba (18,5%).
Por outro lado, os empresários de Minas Gerais buscaram menos recursos financeiros nos primeiros sete meses deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Nessa base comparativa, o Estado apurou uma queda de 7,6% na procura do empresariado por financiamentos. Piores resultados foram vistos apenas em Alagoas (-10,3%), Amapá (-10,3%) e Rio de Janeiro (-11,6%).
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a menor procura das empresas mineiras por crédito em 2023 certamente está sendo puxada pelo setor de serviços e por micro e pequenas empresas, os mais afetados pelo contexto de juros elevados no Brasil. Segundo ele, esse cenário é replicado em quase todo o País, nos estados que dispõem de grandes centros urbanos. As exceções são as regiões cujo agronegócio é a atividade mais relevante da economia.
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Ainda conforme Rabi, deve haver uma melhora no indicador de busca empresarial por recursos financeiros a partir de uma sequência de queda da Selic. A taxa básica de juros começou a cair neste mês após o Banco Central (BC) reduzi-la de 13,75% para 13,25% ao ano. Ele acredita que haverá novas reduções pelo menos até o encerramento do primeiro semestre de 2024.
“Na medida em que os juros forem caindo, esses estados que possuem um significativo setor de serviços vão começar a ter um desempenho, não igual, mas na mesma direção daqueles estados onde o agronegócio é muito forte. Então o crescimento econômico será mais homogêneo”, disse.
“Com os juros caindo, você estimula o empresário a desengavetar projetos de investimentos, pois com a Selic a esse patamar, a opção se torna inviável e ele deixa, por exemplo, a expansão do negócio para outro momento. Com a redução dos juros, isso volta a ser viável e para esses projetos de investimentos, os empresários precisam buscar crédito”, completou o economista da Serasa.
Demanda nacional por crédito sobe 1,1%
Ainda conforme o levantamento, na média nacional, a demanda dos CNPJs por linhas de crédito cresceu 1,1% em julho de 2023 frente ao mesmo mês do ano passado. Em comparação a junho, assim como em Minas Gerais, o avanço nacional foi mais significativo, de 6,3%. No confronto do acumulado anual, entretanto, a busca das empresas brasileiras por empréstimo caiu 2,8%.
Na avaliação do Brasil, a Serasa apura em quais setores as empresas mais tomaram financiamentos. Considerando isso, a maior demanda veio da categoria “Demais” – que contempla negócios do segmento Primário, Financeiro e do Terceiro Setor –, tanto na variação de julho contra julho passado (5,8%) quanto na comparação do acumulado de 2023 frente a 2022 (9,6%). Em relação a junho (7,9%), as companhias do setor de serviços se destacaram.
O estudo ainda verifica em qual porte as companhias que mais demandaram crédito se enquadram. Conforme a pesquisa, as grandes empresas foram as que mais procuraram por recursos financeiros no sétimo mês de 2023 contra o mesmo período do exercício passado (8,6%) e também na comparação entre os acumulados dos anos (14,6%). No confronto de julho em relação a junho (6,4%), as micro e pequenas empresas registraram a maior variação.
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