Setor acende sinal de alerta no Brasil

O risco denominado dinâmica de mercado, que reúne perda de competitividade, entrada de novos concorrentes e dependência de receita limitada a um produto ou serviço específico, foi o mais apontado em workshop promovido pela EY com 15 empresas do setor de saúde – três hospitais, duas operadoras de saúde, três laboratórios de diagnósticos e sete farmacêuticas. Na sequência, as falhas no ciclo de receitas foram o segundo risco mais mencionado em um universo de 20 no total.
Em relação à dinâmica de mercado, hospitais, operadoras e laboratórios de medicina diagnóstica selecionaram a verticalização do ecossistema e as fontes de liquidez financeira como os principais fatores para a materialização desse risco. Já as farmacêuticas indicaram temas sociopolíticos, alianças/parcerias e inserção de novos players no mercado como principais fatores de materialização do risco citado. Das 15 empresas inscritas, 60% consideraram provável a materialização do risco, e, caso isso realmente ocorra, o impacto seria alto ou crítico para 73% delas.
Já em relação ao segundo principal risco identificado, as deficiências do ciclo de receitas estão em fatores como renovação tecnológica e treinamento/retenção de talentos, o que resulta em erro humano e retrabalho nas atividades recorrentes. Além disso, problemas no ciclo de receitas incluem aumento dos prazos de autorização e falhas na integração das ferramentas usadas. Para 53% das empresas do workshop, é provável que esse risco se materialize, com impacto alto ou crítico para 60% delas.
Hospitais e laboratórios
Em hospitais e laboratórios, o ciclo de receitas se inicia no acesso do paciente, passando pelos serviços de assistência e terminando na validação financeira deles. Nesse processo, são observados agendamento e autorização incompletos, gerando pedidos que não refletem os procedimentos completos que serão realizados, além de ineficiência na auditoria e fechamento de contas com inconsistências nos registros de consumo realizados pelo time de assistência médica. O resultado disso são gargalos na pós-autorização de contas, impactando tempo de faturamento, o que resulta em perda do fluxo de caixa e de receita.
Operadoras de saúde e farmacêuticas
Já para as operadoras de saúde, as dificuldades enfrentadas no ciclo de receitas são efeitos de inconsistências nos processos de cadastro, gestão de benefícios e execução financeira. A ocorrência desses fatores pode impactar negativamente a receita da organização e prejudicar a qualidade dos serviços prestados aos clientes, incluindo gestão ineficiente de produtos e modelos de pagamentos, reajuste de preços indevidos e alocações de custo incorretas. Por isso, é importante que as operadoras de saúde invistam na gestão eficiente dos processos para garantir a sustentabilidade financeira e a satisfação dos clientes. Por fim, para a indústria farmacêutica, os reveses ocorrem por causa de falhas em processos comerciais, contabilização e reconhecimento de transação de receitas, além de faturamentos e recebimentos.
“Aspectos como padronização; definição de papéis e responsabilidades; automação; controles; e indicadores são fundamentais para garantir um ciclo efetivo de receitas e aumentar a eficiência operacional, precisão dos dados e geração de receita”, diz o gerente sênior de Consulting da EY, João Méscolin. (Agência EY)
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