Opinião

O Museu e a Biblioteca

O Museu e a Biblioteca
Crédito: Divulgação

Manchete do DIÁRIO DO COMÉRCIO , na edição de 1º de setembro, nos informa sobre mais uma nova promessa de que a Lagoa da Pampulha será desassoreada nos próximos anos ao custo de cem milhões de reais. Como isso vai demorar, o atual prefeito se esqueceu de combinar com os russos, ou melhor, com os próximos prefeitos e saber se eles concordam com a iniciativa e a despesa. Essa promessa do atual alcaide é tão velha quanto a demora do seu assoreamento. Vamos deixar claro: toda lagoa artificial um dia será assoreada. No caso da Pampulha, houve demora excessiva e o estrago foi crescendo sem que algum prefeito passasse perto da lagoa e entendesse a dimensão do fenômeno antes de virar o atual flagelo.

Toda população sabe que o nosso prefeito e o governador não são pessoas que estão atentas à cultura, ocupados que estão à procura de soluções financeiras que não acabam nunca. Cultura é para quem tem interesse, tempo, dedicação e acha que é importante para si e para o País.

Este comentário é a propósito do Museu de Arte da Pampulha, que, como a lagoa, está assoreado há mais de quatro anos, esperando o término de obras que também não acaba nunca. Por que a demora de reformar algo que não permite reformas? Como está armazenado o seu acervo neste longo período? São quadros que não estão guardados nas paredes e esculturas que não estão em seus suportes de madeira ou mármore. Dez por cento do que vão gastar no desassoreamento provavelmente resolveria o problema do Museu que já foi muito ativo e hoje está esquecido e abandonado. Museu também é cultura, prefeito.

O nosso governador merece respeito pelo que faz pela brilhante Orquestra Filarmônica, enviando verba anual que sustenta os músicos, os concertos, a administração e o prédio, mas o mesmo Romeu Zema se esquece de liberar uma mixaria para a Biblioteca Pública Luiz de Bessa da Praça da Liberdade, que não tem dinheiro para pagar a conta de telefone há anos e nem para assinar um jornal diário ou revista semanal, fora a aquisição de novos livros. Quando alguém precisa falar com a biblioteca pelo telefone, tem que se lembrar do número do aparelho celular de algum funcionário. E se algum deste quiser ligar para alguém de fora, precisa usar o seu telefone pessoal. O setor de periódicos está fechado há mais de dois anos por pura falta de dinheiro miúdo.

Quanto custa, governador, a assinatura de revistas e jornais para o Estado? É algo tão caro que perturba o orçamento estadual? E as contas de telefones fixos, esse dispositivo em desuso, mas ainda fundamental em certas ocasiões? Por certo, um valor desprezível no orçamento em especial para alguém tão competente que recebeu um estado falido e o transformou no que é hoje.

O Museu da Pampulha pede socorro, prefeito.

A Biblioteca Luiz de Bessa na Praça da Liberdade pede socorro, governador.

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