BofA vê chance de Petrobras distribuir dividendos

São Paulo – Analistas do Bank of America (BofA) veem alta probabilidade de a Petrobras distribuir dividendos extraordinários no segundo semestre, conforme relatório a clientes, estimando que a remuneração aos acionistas pode chegar a aproximadamente US$ 15,8 bilhões.
Eles argumentam que a empresa não possui uma reserva estatutária e, portanto, não pode reter excesso de caixa, enquanto também avaliam que o governo brasileiro apoia distribuições extraordinárias, devido ao seu objetivo de zerar seu déficit fiscal em 2024.
“Nós estimamos que o retorno de caixa da Petrobras possa atingir aproximadamente US$ 15,8 bilhões no segundo semestre de 2023, o que implica um yield de 17%”, afirmaram no documento com data da véspera, calculando que o dividend yield mínimo baseado em 45% do fluxo de caixa livre é de 7%.
Para 2024, Caio Ribeiro e equipe esperam que a Petrobras deve continuar a pagar dividendos, uma vez que a empresa se encontra em um momento muito forte de geração de fluxo de caixa.
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“Assumindo preços do petróleo de US$ 90 o barril para o ano, estimamos que a Petrobras poderia pagar dividendos de aproximadamente US$ 19,5 bilhões, o que representa um yield de 21% para o ano fiscal de 2024”, afirmaram, acrescentando que a previsão do yield mínimo é de 15%.
O dividend yield é um indicador para avaliar o rendimento das ações com o pagamento de dividendos.
Política de preços
Os analistas, contudo, ressaltam que também é fundamental entender como funcionará a política de preços de combustíveis da Petrobras para prever o seu potencial de geração de caixa.
“Pelos nossos cálculos, a preços do petróleo de US$ 90/bbl, cada desconto de 10% – tanto no diesel quanto na gasolina – versus a paridade internacional, afeta a geração de caixa da Petrobras em cerca de US$ 6 bilhões”, afirmaram, ressaltando que veem no momento os preços do diesel e da gasolina com desconto de 13% e 4%, respectivamente.
Eles afirmam ainda que, a remuneração a acionistas pela petroleira representa um pilar essencial da tese de investimento da Petrobras, especialmente tendo em conta os elevados yields que estão sendo oferecidos pelos pares globais.
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