Finanças

Inflação registra queda de 0,08% em BH 

Queda nos preços do transporte e alimentação puxam resultado
Inflação registra queda de 0,08% em BH 
A Grande BH teve o menor resultado em agosto entre as 16 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE | Crédito: Alessandro Carvalho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou queda na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) pelo segundo mês consecutivo e ficou abaixo da média nacional. O índice em agosto, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), recuou 0,08% na RMBH, enquanto no País a variação mensal da inflação foi de alta de 0,23%.

Foi o menor resultado mensal entre as 16 áreas metropolitanas pesquisadas no País e caiu pela segunda vez consecutiva, porém, em um ritmo mais lento, já que em julho a queda foi de 0,16%. Já a variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 4,71% na região metropolitana da capital mineira.

Quatro grupos apresentaram queda nos preços na RMBH: Artigos de Residência (0,95%); Alimentação e Bebidas (0,91%); Transportes (0,27%) e Comunicação (0,03%). Outros cinco apresentaram variações positivas: Vestuário (1,05%); Habitação (0,67%); Despesas Pessoais (0,25%); Saúde e Cuidados Pessoais (0,24%) e Educação (0,21%). 

Na análise do coordenador do IPCA do IBGE em Minas, Venâncio da Mata, a queda nos preços na RMBH deve-se, principalmente, ao resultado do grupo de Transportes, no qual o item ônibus urbano caiu 9,09%, em decorrência da redução de 25% nas tarifas, aplicada desde 8 de julho. “Tanto os índices de julho quanto os de agosto estão sendo impactados por essa redução. O transporte tem um peso alto na cesta de produtos analisados pela pesquisa”, explicou.

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De acordo com o relatório do IBGE, a redução da tarifa ocasionou um impacto de queda de 0,13 ponto percentual (p.p.) no índice geral de agosto, e é o maior impacto individual negativo do mês. “Se a tarifa do ônibus urbano não tivesse registrado queda, a Região Metropolitana de Belo Horizonte teria apresentado uma inflação em torno de 0,05%. É um índice de peso muito importante”, analisou o especialista do IBGE.

O coordenador da pesquisa ressaltou ainda que nesse grupo é possível destacar quedas nos preços das passagens aéreas (16,41%), do etanol (5,62%) e do seguro voluntário de veículo (3,55%), com impactos de redução de 0,09p.p., 00,04p.p. e 0,03p.p., respectivamente, com relação ao mês anterior. 

Da Mata pontuou também a questão da alta do óleo diesel. O combustível é um dos elementos do grupo “Transporte” que registrou alta significativa, mas que não contribuiu para gerar inflação: 10,8% no óleo diesel, 3,24% do automóvel novo, 2,97% do emplacamento e licença e 0,71% da gasolina. De acordo com ele, o óleo diesel possui pouco peso quando se trata do orçamento familiar. “O diesel pode impactar o frete, mas as famílias só sentirão isso no futuro, não agora”, diz. 

Venâncio da Mata analisa que o aumento do diesel pode até ser uma indicação de impacto futuro, mas outras variáveis de maior peso podem influenciar ao longo do mês e a alta não ser diretamente percebida. “A gente não consegue prever, mas conseguimos avaliar os números, e a alta do diesel pode ser um indicativo de reflexo futuro, mas não é certo”, avaliou.

Alimentação e bebidas

Outro grupo importante para a queda da inflação na RMBH foi o de Alimentação e Bebidas que registrou deflação de 0,91%. O resultado foi puxado pelas quedas nos preços do mamão (14,71%) da cenoura (13,77%), do tomate (11,86%), da batata-inglesa (11,68%), do feijão-carioca (8,08%), do frango em pedaços (7,15%), do leite longa vida (3,05%) e das carnes (1,20%). “Quando temos uma queda significativa nos quesitos de alimentação, eles impactam o índice final. Este mês foi o caso do mamão, da cenoura e do tomate que possuem pesos altos nos produtos avaliados”, informa.

Do lado das altas, se destacaram banana d’água (20,88%) e arroz (3,17%), que impactaram o índice geral em 0,02p.p., cada um.

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