Mais de 700 empresas saem do “vermelho” em julho em Minas, mostra Serasa

Cerca de 700 empresas saíram do vermelho no mês de julho em Minas Gerais, de acordo com dados da Serasa Experian. O Estado fechou o sétimo mês do ano com 609.138 empresas inadimplentes, 715 a menos que o mês de junho, quando 609.853 estavam no ‘vermelho’. O índice representa uma queda de 0,11% nas empresas em débito no Estado. Com relação ao mesmo período do ano passado, houve alta de 0,81%. Em julho de 2022, eram 604.219 empresas inadimplentes em Minas Gerais.
De acordo com o economista Guilherme Almeida, a queda é tímida, mas importante. Ele explica que a atividade econômica tem apresentado um aquecimento, o que permite um maior fluxo financeiro para as empresas. “Quando a gente olha, por exemplo, para o mercado de trabalho e o recorde de massa salarial, isso significa mais renda disponível no mercado para consumo e para regularizar a situação financeira. E mais pessoas consumindo significa mais receita, mais faturamento para as empresas. Permitindo que essas empresas possam regularizar a situação financeira”, avalia.
O economista lembra que julho foi o primeiro mês do Programa Desenrola. “Então, mais pessoas retornaram ao mercado de crédito, o que possibilitou, principalmente, o consumo de bens duráveis e semiduráveis, aquecendo a economia”, diz.
Além disso, Almeida ressalta o custo do crédito para as pessoas jurídicas. “Quando analisamos os dados, por exemplo, do Banco Central de concessão de crédito para a pessoa jurídica, temos que em junho era de cerca de 21%. A taxa média em julho já era de 19%. Então, é uma redução muito tímida que acompanha uma política monetária mais flexível, com o Banco Central reduzindo os juros, mas que significa um crédito mais barato para a pessoa jurídica”, pontuou.
Com relação à variação anual, em que houve alta do número de empresas negativadas, o economista explica que julho do ano passado era um cenário diferente. “Em julho de 2022 a gente já vinha observando uma restrição ao crédito para as empresas, e isso perdurou durante todo esse período de 12 meses. Agora, as empresas estão retomando com novas concessões, novas linhas de financiamento com taxas de juros talvez mais competitivas, mas é um processo que demora”, avalia.
De acordo com o Serasa Experian, somadas as dívidas das empresas mineiras somam um montante de R$ 8,97 bilhões.
São Paulo é o Estado com maior número de empresas inadimplentes
Em toda a região sudeste, foram registradas 3,4 milhões (3.432.354) de empresas inadimplentes, segundo o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa. Minas Gerais segue ocupando o segundo lugar na região e no País, perdendo apenas para São Paulo (SP) que foi a Unidade Federativa com o maior número de registros (2.098.747).
Espírito Santo (ES) e Rio de Janeiro (RJ) também chamaram a atenção pelo aumento no número de companhias inadimplentes em relação a junho, foram 3 mil e 6,17 mil a mais, respectivamente. Já os três estados que menos registraram contas em atraso foram Roraima, Acre e Amapá.
Em todo o País, são 6,55 milhões de empresas inadimplentes, um aumento de 33 mil companhias em relação a junho de 2023, mês em que também havia sido registrado recorde da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian.
Essa elevação foi puxada pelas empresas de “Serviços”, com a maior parte das negativações (54,2%), seguidas por “Comércio” (36,9%). O setor com mais dívidas inadimplentes em julho foi o de “Outros” (28,2%) que contempla contas com Indústrias, Terceiro Setor e Primário, seguido por “Serviços” (27,7%) e “Bancos e Cartões” (20,1%). O segmento com menor incidência de atrasos foi o de “Securitizadoras” (1,1%).
De acordo com o vice-presidente de pequenas e médias empresas da Serasa Experian, Cleber Genero, “a taxa de juros do país continua desafiadora para as empresas. A inadimplência é o resultado da impossibilidade de arcar com os compromissos financeiros, o que chama a atenção para uma urgência na reorganização financeira das companhias para que uma perspectiva melhor surja nos próximos meses.”
Micro e pequenas empresas também têm recorde de inadimplência
Das 6,55 milhões de companhias negativadas em julho, 5,80 milhões eram de micro e pequeno porte. O número também representa 27 mil empresas inadimplentes a mais em relação ao mês anterior.
Juntas, as Micro e Pequenas Empresas com CNPJs no vermelho somam 39,9 milhões de dívidas, cujo valor total é de R$ 95,8 bilhões. Em média, cada companhia inadimplente possui 6,9 contas atrasadas.
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