Empresas do comércio varejista aumentam presença no mundo digital em Minas Gerais

Pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG) mostra que a presença das empresas varejistas aumentou no meio digital. Enquanto em 2022, 55,2% das empresas entrevistadas estavam no mundo on-line, este ano, das 406 empresas varejistas entrevistadas no Estado, 56,7% alegaram possuir presença digital. Os dados do estudo foram divulgados com exclusividade para o DIÁRIO DO COMÉRCIO ontem.
Na avaliação da economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins, a demanda do consumidor, as transformações decorrentes da pandemia e o aumento da capilaridade se destacam entre os fatores positivos para as empresas buscarem participação no meio digital. “Esse aumento com relação ao ano passado, esta alta de 1,5 ponto percentual (p.p.) reforça, aos poucos, o crescimento da presença das empresas no setor nos meios digitais”, diz.
Quando o assunto é a venda pela internet (e-commerce), o cenário é um pouco diferente. A economista avalia que o e-commerce se torna, cada vez mais, uma realidade para o comércio. Ela avalia que a modalidade exerce um papel importante e crescente no cenário varejista, trazendo uma gama de fatores positivos.
“Quem vende on-line, alcança uma gama maior de clientes, contribui com a conveniência e a facilidade nas compras e facilita a pesquisa de preços. Além disso, amplia a oferta de produtos, sem as limitações físicas de espaço de armazenamento”, analisa.
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Entretanto, ressalta que apesar do e-commerce e a presença na internet refletirem vários impactos positivos, o estudo revela desafios importantes apontados pelos empresários. “O comércio digital traz diversas dificuldades na rotina de gestão. E a falta de mão de obra especializada, a concorrência, a logística, o estoque e o marketing são algumas dificuldades trazidas pelos empresários”, revela.
Dados da pesquisa mostram que 35% das empresas alegam que não possuem presença on-line por preferirem o modelo presencial. Outros 24,7% alegam serem pequenos para estarem on-line. Em terceiro lugar, entre as empresas fora do mundo virtual, 15% assumem que não possuem interesse. E 6,3% que falta mão de obra especializada.
É neste cenário, que a pesquisa revela uma queda importante no volume de empresas que realizavam suas vendas por meios digitais. “Em 2023, apenas 35,6% das empresas que possuíam presença on-line vendiam seus produtos pela internet. Enquanto em 2022, este valor chegou a ser de 74,9%”, compara a economista.
“Os motivos da redução da presença do e-commerce não foram abordados no estudo, mas o que a gente pode avaliar apenas analisando os números e entendendo o cenário é que em 2022, as empresas ainda podiam estar vivendo o rescaldo da pandemia. Com a volta plena do comércio presencial, muitas empresas, pelas dificuldades já apresentadas, optam por não darem continuidade com o comércio eletrônico”, analisa Gabriela Martins. Corroborando esta análise, o estudo mostra uma queda do uso do WhatsApp Business de 66,5%, em 2022, para 50% este ano.
Dos ausentes no meio digital, apenas 3,5% alegam que pretendem iniciar vendas on-line nos próximos 12 meses e dessas, 64% disseram não precisar de ajuda para iniciar as vendas no formato digital. No ano anterior, 46,5% disseram que necessitariam de auxílio.
Redes sociais são usadas para divulgar produtos pela maioria das empresas
Com relação às redes sociais, embora a grande maioria esteja presente nelas (85%), sendo 61% no Instagram e 37% no Facebook, a maior parte diz não usar as redes como ferramenta para as vendas (52,5%). A maioria (76%) diz usar as redes para divulgar ações da loja ou produtos vendidos (77,4%). Postar materiais educativos é a ação menos frequente nas redes sociais, tendo em vista as opções apresentadas pela pesquisa.
Os marketplaces não são usados por 81% dos empresários entrevistados. O valor é inferior ao observado em 2022 (86,2%). Apenas 16% deles vendem em sites “terceirizados” e para esses, 69% preferem anunciar no Mercado Livre, seguido da Shoppe (23%) e do Magazine Luiza (15%).
Já os empresários que possuem site próprio (37%), 80% os utilizam para fazer as próprias vendas. Esse número, se comparado com 2022, aponta um avanço nas vendas por meio de ferramenta própria. Ano passado, apenas 66% dos empresários tinham possibilidade de vender pelo próprio site.
Perfil das empresas entrevistadas
O estudo traçou um perfil das empresas entrevistadas e constatou que 33% possuem entre 20 e 50 anos; a maioria, possui até nove colaboradores (70%) e quase a metade é dos setores de supermercado, hipermercado, produtos alimentícios (25,9%) e de tecidos, vestuários e calçados (22,2%).
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