Puxado pelo agro, PIB de Minas cresce 4,4% no segundo trimestre

Ao longo do segundo trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais cresceu 4,4%, se comparado com o primeiro trimestre. Já quando comparado com o mesmo período de 2022, o avanço foi de 3%. Com o incremento, o valor estimado para o PIB chegou, assim, a R$ 258,1 bilhões O montante representa 9,7% do PIB do Brasil para este mesmo período.
O crescimento no segundo trimestre elevou o resultado do PIB de Minas Gerais para R$ 486,3 bilhões no primeiro semestre. Resultando, assim, em um incremento de 3,1% frente a igual semestre do ano passado.
Na média dos últimos 12 meses encerrados em junho de 2023, o PIB de Minas Gerais registrou expansão de 2,9% na comparação com a média dos 12 meses anteriores.
A alta pode ser explicada, conforme a Fundação João Pinheiro (FJP), pelo dinamismo da produção agropecuária, das indústrias de transformação e dos outros serviços.
“É importante destacar que tivemos um crescimento muito importante do PIB de Minas Gerais. Assim, frente ao primeiro trimestre, a alta foi de 4,4%, um crescimento que é muito destacado e importante. O resultado teve participação importante do setor primário, com um crescimento espetacular da agropecuária de 11%. Destaque também para a indústria de transformação, com alta 1,5%, e outros serviços, com aumento de 2,9%”, explicou o coordenador de Contas Regionais da Diretoria de Estatística e Informações da FJP, Raimundo Leal.
Na comparação do segundo trimestre de 2023, com igual intervalo de 2022, Leal destaca que o crescimento, 3%, também foi bastante significativo e puxado pelo resultado positivo da agropecuária, indústria de transformação e serviços.
PIB no primeiro semestre
Quanto ao resultado do primeiro semestre, alta de 3,1%, Leal destaca que “nós tivemos um crescimento da economia de Minas de 3,1%. Assim, é importante destacar a indústria extrativa, que teve grande destaque, com alta de 11,9%. Embora a agropecuária continue sendo muito importante, junto com outros serviços”.
No primeiro semestre, o resultado do PIB de Minas Gerais foi impulsionado pelo desempenho positivo na agropecuária (5,9%), na indústria (4,5%) e nos serviços (2,5%).
No intervalo, todos os subsetores da indústria e todas as atividades dos serviços apresentaram resultado positivo. É interessante destacar os resultados da indústria extrativa mineral (11,9%), energia e saneamento (6,4%), transportes (6,3%) e outros serviços (5,3%).
Composição do PIB
Conforme os dados divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP), ao longo do segundo trimestre, a composição do PIB mineiro incluiu o valor adicionado nas atividades da agricultura, pecuária e produção florestal (R$ 31,4 bilhões), das indústrias (R$ 61,1 bilhões) e dos serviços (R$ 138,7 bilhões), além dos impostos indiretos sobre produtos pagos pelos consumidores (R$ 26,9 bilhões).
Entre os setores, o agronegócio foi um destaque positivo. Conforme os dados, o valor adicionado da agropecuária em Minas Gerais apresentou, no segundo trimestre de 2023, crescimento de 11% em comparação ao trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal.
O resultado é justificado, principalmente, pela previsão de safra 23% maior para o café e pela previsão de aumento de 18% na segunda safra anual de feijão. Há ainda um bom desempenho na produção florestal, pela demanda de fabricação de produtos de papel e celulose e da siderurgia.
Apesar da alta na agricultura, em movimento contrário, na pecuária houve redução na comparação interanual. A queda foi estimulada pela redução de, aproximadamente, 3% no total de leite cru adquirido de estabelecimentos locais no período.
Indústria
A indústria avançou 0,9%. O crescimento na indústria se deve aos desempenhos positivos dos subsetores de energia e saneamento (3,7%), transformação (1,5%) e construção civil (0,1%). Já a indústria extrativa mineral apresentou recuo de 0,2%.
Conforme a FJP, na indústria de transformação houve crescimento, em relação ao primeiro trimestre, na fabricação de produtos de papel e celulose, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis.
A metalurgia, a fabricação de produtos de metal em geral e de máquinas e equipamentos também tiveram alta. Houve, ainda, incremento de 14,1% na geração de energia em Minas Gerais.
Nos serviços, todas as atividades apresentaram resultados positivos: transportes (3,7%), outros serviços (2,9%), administração pública (0,5%) e comércio (0,2%).
Expectativa para o restante de 2023
Conforme os dados da Fundação João Pinheiro, para os próximos trimestres, é esperada continuidade no processo de recuperação do nível de atividade econômica com bons resultados nas taxas de variação interanuais, especialmente, tendo em vista que o segundo semestre de 2022 é uma base de comparação fraca.
Por outro lado, agora que o processo de desinflação na economia brasileira se encontra avançado, ao mesmo tempo em que os preços internacionais de commodities parecem ter se acomodado, não se espera que a evolução dos agregados macroeconômicos em termos nominais destoe expressivamente da evolução em termos reais.
De acordo com o coordenador de Contas Regionais da Diretoria de Estatística e Informações da FJP, Raimundo Leal, a tendência é que o PIB de Minas encerre o ano superior ao registrado em 2022.
“No pior cenário, dois trimestres consecutivos de queda, a gente ainda fecharia o ano com alta de 4% acima de 2022. Em um expectativa mais positiva, com duas altas, fecharíamos com 4,8% de alta. No cenário neutro, com a estagnação da economia nos patamares atuais, teria, no final do ano, um crescimento de 4,4% de aumento. Vale lembrar que o segundo semestre foi de resultados que deixaram a desejar. Assim, temos uma base de comparação relativamente fraca”, ponderou.
Ouça a rádio de Minas