Agronegócio

Coleira da CowMed dá voz às vacas

Através da Inteligência Artificial, tecnologia da CowMed identifica necessidades do rebanho e auxilia na tomada de decisões.
Coleira da CowMed dá voz às vacas
Colar colocado nos animais é capaz de monitorar alimentação, cio, respiração, ruminação, etc | Crédito: Divulgação/Cowmed

Com o objetivo de tornar as fazendas mais eficientes e lucrativas, a CowMed – agritech gaúcha que atua também em Minas Gerais – desenvolveu uma coleira que capta variáveis comportamentais das vacas e “traduz” o que o animal precisa. A tecnologia pode aumentar a produção leiteira em até 20%.

Em Minas Gerais, são 12 mil animais usando a tecnologia da agritech, de um total de 45 mil monitorados no País. Ao todo, 86 fazendas adotaram o sistema no Estado, de 600 no Brasil e em mais seis países.

Conforme o CEO e cofundador da CowMed, Thiago Martins, com a coleira é possível monitorar as vacas por 24 horas e em tempo real. Os dados captados permitem que o pecuarista acompanhe pelo celular, tablet ou computador todos os passos do animal.

A tecnologia capta dados como o tempo de descanso, a rotina de alimentação, ritmo de respiração e até o período de ruminação dos animais.

Monitoramento completo

Com os dados, o pecuarista consegue monitorar de forma mais efetiva todo o rebanho que utiliza a coleira. Assim, pode identificar falhas e eventuais necessidades de forma rápida, o que ajuda na tomada de decisão e solução das demandas em tempo hábil.

“A grande proposta da CowMed é entrar na fazenda e fazer o produtor ser mais eficiente. Nossa proposta é tornar a fazenda mais lucrativa através da ‘opinião da vaca’. Mudando a perspectiva de que só o homem fala. Agora, ‘a vaca fala as necessidades’ e, assim, o produtor fornece exatamente o que é preciso, tornando-se mais eficiente”, explicou Martins.

Conforme o CEO da CowMed, o monitoramento é feito através de um colar. São captadas variáveis do comportamento, se o animal está comendo adequadamente, o tempo de descanso, se está ofegante, ruminando, caminhando, entre outras ações.

“Através das informações captadas em 24 horas, a Inteligência Artificial (IA) já consegue gerar recomendações do que fazer para ser mais eficiente. A tecnologia também auxilia na reprodução, avisando, assim, sobre o cio da fêmea. Sabendo de forma antecipada, é possível ficar mais eficiente na reprodução, podendo escolher o melhor horário para inseminar a vaca e aumentar, assim, a probabilidade dela engravidar”.

Saúde do rebanho

Outro benefício do monitoramento é em relação à saúde das vaca de leite. Conforme Martins, existem doenças agudas que deprimem muito rapidamente os animais. Pela tecnologia, é possível prever, até cinco dias antes, que a vaca não está bem.

“A tecnologia traduz o que a vaca está sentindo, mostrando, assim, se ela está comendo menos, dormindo mal, ofegante. Com isso, se consegue fazer um diagnóstico antecipado e agir de forma preventiva. O produtor pode iniciar um tratamento precoce, assim, consegue salvar a vaca, a produção e reduzir a mortalidade na fazenda”.

Com o uso da tecnologia da CowMed, é possível ampliar a produtividade das unidades produtivas. Segundo Martins, com o mesmo número de animais, a mesma estrutura, apenas monitorando e fornecendo o que o rebanho precisa, é possível ter de 15% a 20% de ganho de produção.

“O resultado é alcançado, simplesmente, fornecendo o que a vaca quer. Então, a propriedade se torna mais eficiente. È possível aumentar a concepção em 25%, reduzir a mortalidade em 50% e ainda há um ganho em produção que vai de 15% a 20%“.

Resultados no campo

Um dos produtores que adotou a tecnologia, Fabrício Antônio Vieira, de Presidente Bernardes, na Zona da Mata, tem registrado resultados positivos. Na Fazenda Boa Vista, o monitoramento abrange 50 vacas.

“A gente está utilizando os colares da CowMed desde março de 2023. Estou gostando muito dos resultados. Temos 50 animais monitorados, entre vacas no pré-parto e vacas na lactação. Pelo colar, conseguimos acompanhar muito a questão de cio, de doenças e também olhamos se o animal está ruminando. Isso é importante para as tomadas de decisão, principalmente, na parte de dieta. Com o monitoramento, a gente consegue acompanhar toda a ruminação, quantas vezes os animais estão indo, em média, ao coxo”.

Ainda segundo Vieira, as modificações feitas na fazenda e voltadas para a produção também são avaliadas com a tecnologia implantada há seis meses.

“Qualquer coisa que a gente muda na fazenda, a gente vai acompanhar no colar para ver se está realmente sendo eficiente e para ver como as vacas estão respondendo. Então, é uma ferramenta muito boa. Cada dia, a gente está aprendendo mais com ela, assim, buscando também novos conhecimentos e identificamos onde é preciso melhorar”.

Pecuaristas podem acompanhar os animais por celular | Crédito: Divulgação/Cowmed
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