Outsourcing para resolução de dilemas dos novos tempos

Nos anos 1900, o americano Henry Ford revolucionou as formas de produção vigentes e implementou a total automatização dos processos industriais de sua fábrica de automóveis. Com o protagonismo das máquinas, Ford reduziu a complexidade das tarefas a alguns poucos e repetitivos movimentos humanos, que não exigiam maiores capacitações.
A estratégia “fordista” também inovou ao introduzir a linha de produção e ao produzir em larga escala um modelo exclusivo, o “Ford T”, o que simplificou ainda mais os processos produtivos. Mas o mundo mudou e o “fordismo” desnudou suas limitações.
Foi então que, na segunda metade do século XX, o japonês Eiji Toyoda, fundador da Toyota, implantou um modelo industrial flexível e enxuto, mais adaptável ao pós-guerra. Em lugar de gerar grandes estoques e produzir em massa, valendo-se de mão de obra pouco especializada, a estratégia “toyotista” voltou-se à fabricação de automóveis baseada em pesquisas de mercado e na contratação de funcionários especializados em todas as fases de produção, reduzindo os riscos, enxugando custos e otimizando a força de trabalho.
Não tardou para que o “toyotimo” influenciasse estratégias corporativas mundo afora. A partir de 1970, grandes empresas adotaram formas gerenciais compostas por menos níveis hierárquicos e quadro de trabalhadores próprios reduzido, conforme a fórmula “toyotista”.
Foi nesse contexto que surgiu o fenômeno do outsourcing – terceirização –, modelo de produção que externaliza a consecução de atividades a prestadores de serviço que não fazem parte do quadro próprio de funcionários das empresas. Trata-se de uma técnica de gestão administrativa e operacional que virou uma tendência mundial e que vem sendo implementada em diversos segmentos econômicos, inclusive no setor público.
A terceirização está envolta em polêmicas sobre direitos e responsabilidades. Contudo, alheia às polarizações, a percepção dos benefícios da terceirização chegou à ponta do mundo empresarial: pequenos empreendedores brasileiros também veem vantagens na produção compartilhada com terceiros. Segundo pesquisa feita em 2016 pelo Sebrae, 41% das micro e pequenas empresas viam a terceirização das atividadesdas grandes e médias empresas como uma oportunidade de negócios. São vagas que potencialmente podem ser ocupadas pelos pequenos empreendedores.
Além disso, a terceirização é uma alternativa para a geração de empregos em uma nação cujo percentual de desempregados chega a 10%. Uma pesquisa do IBGE realizada em 2015 apontou que cerca de 20% da mão de obra do país era terceirizada. Trata-se de um contingente de 9,8 milhões de trabalhadores terceirizados, em um total de 51,7 milhões de empregados.
Em um ambiente cada vez mais pautado pela rápida disseminação das informações, que tem o potencial de criar e de destruir marcas, é preciso dar a devida importância à comunicação empresarial e ao diálogo com seus públicos de relacionamento.
Na busca por resultados dialógicos positivos, a racionalidade pode levar à conclusão de que, em lugar de estruturar mais um departamento burocrático, de conferir as estratégias comunicacionais a gestores que acumulam funções ou de contratar funcionários próprios, é mais vantajoso terceirizar a comunicação organizacional a quem realmente entende do assunto. Consultorias de comunicação e relacionamento com comunidades existem e estão à altura do desafio. Bem-vindo ao futuro!
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