Opinião

O que o Drex trará para a sociedade

O que o Drex trará para a sociedade
Crédito: Reprodução Adobe Stock

O assunto do momento no mercado financeiro é o Drex – projeto do Real Digital desenvolvido pelo Banco Central. Existem dúvidas, especulações, expectativas e necessidades de um entendimento mais amplo de como esse novo projeto financeiro atuará no dia a dia dos brasileiros. Entre todos esses questionamentos, nós que estamos à frente da criação desse projeto que promete mudar o mercado financeiro no Brasil, podemos afirmar que o grande diferencial do Drex será a programabilidade que capacitará ativos virtuais e reais serem tokenizados.

O dinheiro programável possibilitado pelo Drex vai além de agendar o pagamento de contas, como hoje alguns bancos já permitem. Ele garante a correta destinação do valor, como em casos de benefícios sociais em que o uso do recurso deve ser específico, e na criação de um crédito digital com um prazo certo para ser utilizado antes de expirar.

Vale destacar que o Drex será o canal onde acontecerão os casos de uso – funcionalidades do sistema que está em desenvolvimento – atuando como um agente possibilitador de transações, smart contracts e outros. Entretanto, para esses casos de uso serem efetivos, e o projeto desenvolvido pelo Bacen ser concreto e ativo, os ativos digitais precisam estar tokenizados, e, para isso acontecer, é necessário incentivar o processo de transformar ativos, como propriedades imobiliárias, ações, títulos, commodities e até mesmo direitos de propriedade intelectual, em tokens digitais que são registrados em uma blockchain.

Um esforço que requer colaboração entre diversos atores, incluindo governos, instituições financeiras, empresas, investidores e a comunidade de tecnologia. A participação e incentivo de várias partes interessadas podem acelerar a adoção da tokenização e sua integração nos mercados financeiros tradicionais, tendo como resultado o Drex mais ativo na sociedade.

Os desafios que envolvem o projeto – Não vejo a tecnologia como um problema, não vejo leis que regulamentam esse mercado como um problema. O maior desafio é fazer haver um consenso no mercado sobre a aplicabilidade dessas tecnologias, visando destravar a economia, simplificando, reduzindo custos e garantindo mais segurança para a sociedade. Sobretudo, temos que levar o entendimento sobre esses ativos virtuais e como vai se dar a tokenização desses ativos para a sociedade, pois é isso que é inserir o projeto no dia a dia da população brasileira.

Além de todos esses pontos, os quais são de extrema relevância, a população brasileira poderá contar, ao utilizar o Drex, com as melhores práticas de segurança digital da indústria financeira, a fim de garantir a proteção da chave – que permite acesso aos ativos – e da assinatura digital. Além da implementação de soluções com padrões de segurança cibernética semelhantes às utilizados no mercado financeiro tradicional, pré-requisitos exigidos pelo Banco Central e que colocaram a Dinamo Networks entre as empresas escolhidas para o desenvolvimento do projeto.

Por fim, podemos resumir que o Drex vai democratizar a esteira de crédito, de modo geral, e isso por si só já é um ganho. Existem desafios, dificuldades, erros, acertos, e vamos precisar fazer diversas correções, mas no final, quando isso chega até a sociedade como uma melhoria, todo o esforço que estamos tendo até aqui vai valer muito a pena.

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