Brasil deve fechar ano com 54,36 milhões de sacas de café; MG colhe 28,29 milhões

A produção de café no Brasil deve fechar o ano em 54,36 milhões de sacas, a terceira maior da série histórica. Esse volume é 6,8% superior à colheita registrada na safra anterior. Além de ser um recorde para um ano de bienalidade negativa.
Em Minas Gerais, maior produtor nacional, a estimativa é de 28,29 milhões de sacas em 2023. O montante representa um aumento de 28,8% frente ao volume total colhido na safra do ano anterior. É o que apontam os dados do 3º levantamento da cultura realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (20).
Essa elevação no Estado pode ser justificada pelo aumento de 6,5% na área em produção. Outros fatores que também contribuíram para esse resultado nas estimativas foram o crescimento de 21% na produtividade e, principalmente, as melhores condições das lavouras mineiras após as últimas safras, caracterizadas por climas adversos.
No País, o aumento chega a ser de 13,9% frente ao volume registrado na safra de 2021, que foi o último ano de bienalidade negativa.
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Para 2023, a expectativa é de recuperação do desempenho do café arábica no Brasil. A Conab espera que a colheita dessa espécie de grão deva chegar a 38,16 milhões de sacas. A elevação é reflexo de um incremento de 2,4% na área produtiva, aliada ao ganho estimado em 13,9% na produtividade, influenciado pelas condições climáticas mais favoráveis em relação às últimas duas safras.
O gerente de acompanhamento de safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, destaca o desempenho apresentado por Minas Gerais, o principal estado cafeicultor do País. “Mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras, o Estado apresenta um crescimento de 29,5% na produção”, relata.
Por outro lado, a companhia espera uma queda de 11% na colheita nas lavouras de café conilon, se comparado ao resultado obtido em 2022. A estimativa para o grão é de 16,2 milhões de sacas colhidas neste ano.
Vasconcellos explica que essa queda é causada pela redução de 10,8% na produtividade, que, por sua vez, é um reflexo das condições climáticas um pouco adversas, registradas no principal estado produtor de conilon, que é o Espírito Santo. “Impactou parte das lavouras, principalmente em fases iniciais do ciclo. Essa perda não foi compensada pelos ganhos esperados em Rondônia e Mato Grosso”, conclui.
Área e mercado
O documento produzido pela Conab também mostra que a área total destinada à cafeicultura no País em 2023 para o café arábica e conilon totaliza 2,24 milhões de hectares. Do total, 1,88 milhão de hectares em produção, com crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior, e 362,5 mil hectares em formação, com redução de 9,3% frente a 2022.
O Brasil ainda exportou 3,69 milhões de sacas de 60 kg, entre os meses de janeiro e agosto de 2023. É o que apontam os dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Esse volume embarcado é 10,8% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. O desempenho negativo no acumulado de 2023 foi influenciado pela restrição dos estoques nos primeiros meses da temporada, após safras com a produção limitada em 2021 e 2022.
Considerando apenas o mês de agosto, o cenário das vendas externas está mais favorável. No último mês, o País exportou cerca de 3,69 milhões de sacas de 60 kg de café. Isso representa uma alta de 37,6% na comparação com o mês anterior e 38,5% frente a agosto de 2022.
O gerente de fibras e alimentos básicos da Conab, Gabriel Rabello, conta que após a queda na quantidade de café exportada em 2021 e 2022, a ampliação da oferta interna em 2023 pode resultar na recuperação da exportação na safra atual. “A exemplo do último mês de agosto, as exportações tendem a permanecer aquecidas nos próximos meses deste ano”, analisa.
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