Varejo em Minas tem queda de 1% nas vendas

As vendas do varejo em Minas Gerais apresentaram queda de 1% em agosto na comparação anual, conforme a 8ª edição do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo. Apesar do resultado negativo no oitavo mês de 2023, o indicador mostra estabilização do setor no Estado nos últimos três meses.
O pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, responsável pelo levantamento, Matheus Calvelli, observa que o recuo de Minas é um dos mais baixos do relatório de agosto. Até o momento, o pior resultado de 2023 no Estado foi em maio, com queda de 4,4% na comparação anual.
No País, a retração foi de 3%, com quatro resultados positivos entre os estados: Acre (3,4%), Espírito Santo (1,9%), Rondônia (0,4%) e Tocantins (2,9%). O Rio Grande do Norte manteve sua trajetória de queda registrada ao longo do ano e apresentou o pior resultado em agosto com uma queda de 10,4%.
Outros destaques negativos ficam por conta de Alagoas e Roraima com quedas de 10,0% e 7,6%, respectivamente. Todos os demais estados e o Distrito Federal também registraram recuo na comercialização.
Calvelli diz que o recuo em Minas e no País é reflexo do endividamento alto das famílias, bem como dos juros ainda elevados. Ele conta que nos últimos três meses percebeu uma melhora no resultado nacional, embora ainda esteja no patamar negativo.
“A perspectiva hoje é de, no mínimo, uma estabilidade. Os últimos meses do ano aparentam e a gente espera que seja melhor do estamos vendo até agora, o que não quer dizer que vai ser positivo”, analisa.
Setores
Na divisão por setores, que é feita para o âmbito nacional, entre todos os segmentos, apenas o de artigos farmacêuticos apresentou resultado positivo, com alta de 1,1% no volume de vendas, no comparativo anual.
E cinco segmentos não conseguiram alcançar resultados positivos, com a maior queda no setor de livros, jornais, revistas e papelaria (-9%); tecidos, vestuários e calçados (-5,2%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,9%); móveis e eletrodomésticos (-3,8%); e material de construção (-1,7%).
Metodologia
O estudo, que apresenta dados mensais de movimentação varejistas, é uma iniciativa da Stone, empresa de tecnologia e serviços financeiros, em parceria com o Instituto Propague.
O levantamento tem como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos Estados Unidos.
São consideradas as operações via cartões, voucher e Pix dentro do grupo StoneCo. O objetivo é mapear mensalmente os dados de pequenos, médios e grandes varejistas e divulgar um retrato do setor nacional.
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