Mulheres assumem mais posições de liderança nos negócios

O empreendedorismo feminino tem alcançado marcas históricas nos últimos anos. Segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 as mulheres lideravam 34,4% do total de negócios no Brasil.
O número representa 10,3 milhões de empreendedoras no País é ainda mais notável quando considerados os desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19, que impactou negativamente diversos setores da economia.
A empreendedora Janaína Troya, que atua no setor de saúde e bem-estar desde 2011, é um exemplo de liderança feminina. “É gratificante ver como as mulheres estão assumindo posições de liderança e moldando o futuro econômico do País”, afirma.
Ela comenta ainda que o avanço das mulheres no mundo corporativo é perceptível no dia a dia.
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“Como gerente tributária, tenho tido a oportunidade de observar esse progresso de perto, principalmente entre os meus clientes. Cada vez mais, vejo mulheres ocupando cargos de alta responsabilidade, contribuindo de forma significativa para o sucesso de suas empresas e quebrando barreiras no mundo corporativo”, diz Janaína Troya.
Embora o empreendedorismo feminino tenha se fortalecido, o levantamento do Sebrae aponta ainda que a participação das mulheres como proprietárias de negócios ainda não atingiu o nível mais alto já registrado, que foi de 34,8% no quarto trimestre de 2019.
Troya, que é advogada e começou a empreender após um case pessoal, entende que ainda há bastante espaço para as conquistas femininas no contexto de liderança corporativa.
“É um momento de reconhecimento das realizações das mulheres no mundo dos negócios, destacando seus esforços notáveis na criação e crescimento de empresas em diferentes setores. O que antes era limitado aos homens, hoje já não há essa unanimidade, mas ainda temos um longo caminho pela frente”, avalia.
Por outro lado, os dados da pesquisa do Sebrae mostram também que houve um aumento de 30% no número de mulheres que expandiram suas empresas ao contratar funcionários entre 2021 e 2022.
Esse resultado representa um acréscimo de aproximadamente 300 mil novos empregos criados por empreendedoras.
A maioria das mulheres, cerca de 90%, continua a gerenciar seus negócios de forma independente, sem a contratação de funcionários.
Para o especialista em empreendedorismo, Marcos Alexandre, esse momento não apenas reconhece as realizações das mulheres como liderança no mundo dos negócios, mas também destaca questões essenciais como acesso limitado a financiamento, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e estereótipos de gênero.
“Essa fase histórica que vivemos nos convida a considerar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, um aspecto crítico da jornada empreendedora. Muitas mulheres desempenham papéis múltiplos, equilibrando a gestão de empresas com responsabilidades familiares e pessoais. Isso destaca a importância de criar ambientes de trabalho que apoiem a conciliação entre carreira e vida pessoal, permitindo que as mulheres alcancem seu potencial máximo em todos os aspectos de suas vidas”, conclui.
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