Cafés premiados ganham edição especial no Verdemar

A demanda cada vez maior pelos café especiais tem estimulado a melhoria da qualidade na produção, resultando, assim, resultados positivos para os cafeicultores de Minas Gerais. Além das premiações, os grãos têm chamado a atenção do mercado.
Por mais um ano, o Supermercado Verdemar está lançando edições especiais e limitadas com os grãos ganhadores do 19º Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés, promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
A linha Cafés Campeões Verdemar já está disponível nas lojas. A entidade é uma das apoiadoras da premiação e há cinco anos lança uma linha especial com os cafés que obtêm as maiores notas na competição. Os Cafés Campeões trazem nas embalagens foto e história do agricultor, assim como a nota obtida na competição, as características do produto, além do selo do concurso da Emater-MG.
De acordo com o sócio do Verdemar, Alexandre Poni, a aquisição dos lotes premiados garante o acesso dos consumidores a grãos de altíssima qualidade e que, anteriormente, eram voltados totalmente para a exportação.
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Além disso, ao comprar o café do produtor, há também uma forma de valorizar e incentivar o trabalho diferenciado dos cafeicultores mineiros.
Regiões premiadas
Neste ano, 16 produtores das regiões do Sul de Minas, Matas de Minas, Cerrado Mineiro e Chapada de Minas, terão os cafés colocados à venda na rede de supermercados. Conforme a Emater-MG, no Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais de 2022, foram 1.422 amostras concorrentes de café arábica, de 153 municípios.
“Para nós do Verdemar, o concurso é um orgulho. Além de valorizar o Estado como maior produtor de café do mundo, com o concurso conseguimos chegar aos pequenos produtores e, isso, faz diferença para eles. O café Verdemar é o conceito para trazer os melhores cafés do Estados. Então, nosso público pode experimentar o café que, antes, ia para o exterior. Hoje, ele está em Minas Gerais e nas lojas do Verdemar”, apontou Poni.

Valorização dos especiais
Conforme ele, a saca de 60 quilos do café Grande Campeão de Minas na safra 2022, vindo da região das Matas de Minas, foi comprada por cerca de R$ 7 mil.
“Uma saca de café cru, de 60 quilos, faz 48 quilos de café. O quilo deste café sai a mais de R$ 140. Temos um custo muito alto, mas a gente não tem intenção de margem. São microlotes que são trabalhados durante um ano para vender. Nosso objetivo é muito mais divulgar. Então, são pequenas quantidades, não é um café comercial”, explicou.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que esteve nesta segunda-feira (2) no evento de lançamento dos cafés em uma das unidades da rede supermercadista, ressaltou a importância do café para o Estado.
“Poucos produtos significam tanto para Minas quanto o café, tanto pela quantidade de empregos que gera, como também pelas exportações. Falou-se em Minas Gerais, já vem automaticamente, cafés, queijos, cachaças. O que tentamos fazer é mostrar que tem todo tipo de café. O café é uma produção que dá trabalho e, por isso, tem que ser reconhecido. Nós temos visto vários produtores conseguirem preços em alguns lotes especiais que são 10 vezes o valor de um comum”.
Consumo crescente de cafés especiais
Zema destacou ainda que o consumo de cafés no mundo é crescente e há oportunidades para expansão. Segundo ele, o consumo nos países asiáticos, que concentram grande parte da população, ainda é pequeno. Dessa forma, surge a oportunidade de ensinar a consumir a bebida, mas focada no consumo de cafés especiais.
“Nós temos excelentes produtores, com cafés excepcionais em Minas Gerais. Temos feito tudo que é possível para dar apoio técnico e valorizar o produto na ponta. Cada vez mais, o mundo toma café e temos um potencial enorme. Na Ásia, o café ainda é pouco consumido e nós temos ainda que ensinar o mundo a beber café. Vamos ensinar a beber os melhores. À medida que a renda cresce, a procura por produtos diferenciados também aumenta. Nós queremos que os produtores de Minas tenham a chance de ter renda melhor pelo trabalho que fazem”.
Os grandes campeões de Minas
O café Grande Campeão de Minas é do produtor Ercilei José de Oliveira, que juntamente com a esposa, Angélica de Fátima e a família, cultivam o grão em Manhuaçu, na região das Matas de Minas.
Conforme Oliveira, que inscreveu menos de 10 sacas no concurso, a família começou a investir no café especial em 2009 e conquistar o prêmio é um reconhecimento do trabalho de toda a família.
“Café é conhecimento, é busca. Erramos muito, mas também acertamos bastante. De alguns anos para cá, estamos acertando e, em 2022, conseguimos conquistar o prêmio de melhor café do Estado. Então, ficamos felizes demais. Nossa produção é da agricultura familiar, trabalhamos eu, minha esposa, cunhada, meus irmãos, minha mãe e os sobrinhos”.
Os cuidados com o pós colheita, segundo Oliveira, são importantes para alcançar um café especial..
“É importante acertar o ponto de maturação, fazer um pós colheita bem feito para chegar a uma excelente bebida. Meu café especial atingiu 91 pontos. Então, é trabalho, insistência para melhorar a produção e ter um café raro. O café especial precisa ser valorizado”.
Mulher destaque
Outro destaque do concurso que estará à venda no Verdemar é o café produzido pela cafeicultora Silvânia Veiga Teixeira de Lacerda. No certame, o café produzido em Espera Feliz, conquistou o segundo lugar no concurso estadual. A produtora ganhou o prêmio de mulher destaque no empreendedorismo.
“É uma premiação que valoriza a gente, as mulheres. Quero que todas as mulheres se sintam homenageadas, assim como eu fui. É muito bom o Verdemar comprar nosso café. Conseguimos um valor muito bom que é importante para nós. Somos pequenos produtores e precisamos dessa valorização do nosso trabalho, que é difícil, mas a gente faz com muito carinho e amor”, comemorou.
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