Ônibus elétricos na Capital

Seguindo a tendência mundial de investir em fontes de energia limpa, diante da necessidade urgente de amenizar, pelo menos, a emissão de gases na atmosfera, o prefeito Fuad Noman (PSD) apresentou na última sexta-feira o Plano Local de Mobilidade Limpa de Belo Horizonte. O objetivo é substituir 40% da frota do transporte público por ônibus elétricos ou movidos por gás biometano, etanol ou outros combustíveis alternativos até 2030.
O plano é bastante ambicioso, tendo em vista que um ônibus elétrico custa em torno de R$ 2,5 milhões, enquanto o veículo movido a diesel, R$ 800 mil, mas não é inviável. Há canais de financiamento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Mundial, que podem bancar a iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Como afirmou com propriedade o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a transição energética e a descarbonização da economia tornaram-se uma pauta mundial, o que pode favorecer a substituição dos ônibus a diesel na capital mineira.
Na apresentação do projeto pelo prefeito, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, ressaltou que a indústria mineira está envolvida no movimento de combate ao aquecimento global. Ele argumentou que a Iveco já trabalha no desenvolvimento de veículos elétricos e Minas Gerais conta com a força produtiva do setor sucroenergético, com uma significativa produção de etanol, o que pode contribuir no processo. Um veículo elétrico pode percorrer 230 quilômetros com uma carga de bateria. Com o gás metano, o ônibus circula 350 quilômetros, em média, com a carga total de gás, e emitir 90% menos gases poluentes em relação ao diesel.
Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Plano Local de Mobilidade Lima é ainda um “balão de ensaio”, ousado em sua meta para o próximo ano de 2030, mas poderá se tornar realidade se a vontade política de efetivá-lo não ficar apenas nos discursos políticos.
Há também a questão das eleições. Dependendo de quem for eleito no próximo ano para ser o prefeito de Belo Horizonte e, em 2026, na sucessão presidencial, os ventos podem mudar de direção e os planos de investimentos em energia limpa irem para o fundo da gaveta. Não podemos também esquecer dos rumos do cenário mundial nos próximos anos, que certamente refletirão no ambiente de negócios no Brasil e em Minas Gerais. Porém, se o governante for pensar nas condicionantes futuras, ele se limitará a fazer apenas o trivial, cortando as asas que permitam alçar voos mais longos.
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