Por uma BH mais limpa e segura

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou no início deste ano o programa de requalificação da região central de Belo Horizonte, com o nome de “Centro de Todo Mundo”. O objetivo é deixar o hipercentro da Capital mais limpo, mais bonito, arborizado e, evidentemente, com mais segurança para os moradores e para todos que circulam pelo centro.
Entretanto, é importante que a Prefeitura olhe com muito carinho e redobre as atenções com relação aos moradores em situação de rua em Belo Horizonte, que tem crescido assustadoramente. A região central pede socorro, os moradores, os comerciantes, turistas. Enfim, ninguém tem segurança, ninguém tem sossego, moradores têm medo de sair de casa, principalmente à noite. Os assaltos, brigas, orgias e intimidações são constantes.
Segundo levantamento da Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a capital mineira tem hoje mais de cinco mil pessoas em situação de rua, sendo grande parte desse contingente oriunda do interior de Minas Gerais, também de outros estados e até de outros países, como venezuelanos e haitianos, por exemplo.
É verdade que após a pandemia esse contingente de pessoas desabrigadas aumentou consideravelmente. Raramente se vê na região do hipercentro edifícios com marquises sem a presença desses indivíduos, principalmente à noite. O reflexo de tudo isso é que a cidade, mais especificamente a região centro, está em estado de calamidade, muito suja, feia e insegura. Nas madrugadas, especialmente, o perigo é iminente. Muita algazarra, brigas e até caso de estupros, na maioria das vezes causada pelo consumo excessivo de álcool e drogas.
Sabemos que muitas dessas pessoas, maioria vinda do interior do Estado, como dito acima, estão nessa situação de rua como consequência de desemprego, alcoolismo, drogas, abandonados pelas famílias e até por debilidade mental. O que é preciso, então, e com muita urgência, é que a Prefeitura de Belo Horizonte, através da Secretaria de Assistência Social, envide esforços, no sentido de fomentar a inclusão social desses excluídos, como moradias, criação de abrigos, ou criar mais unidades de acolhimento para essas pessoas em estado de vulnerabilidade social. Outra alternativa que poderia ser estudada seria a negociação com aqueles que migraram do interior para Belo Horizonte o retorno à cidade origem, com interveniência das prefeituras.
Enfim, uma cidade limpa, com um sistema de segurança eficiente beneficia a todos. Beneficia os moradores e o comércio, que tanto sofre com os constantes assaltos. Os turistas também, claro, são beneficiados. Manter a cidade limpa e segura é, sem dúvida, um ato de cidadania.
E a cidade agradece.
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