Economia

Índice de Variação de Aluguéis Residenciais tem queda de 1,74% em setembro

IVAR registrou -1,74% em setembro, uma queda de 1,86% em relação à taxa mensal do mês anterior. A taxa acumulada em 12 meses está em 5,64%
Índice de Variação de Aluguéis Residenciais tem queda de 1,74% em setembro
Picchetti: em BH, Ivar acumulado em 12 meses é de 5,64% | Crédito: FGV/IBRE

O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou queda de 1,74% em setembro de 2023.  O resultado representa uma baixa em relação à taxa mensal de 1,86% do mês anterior. Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses passou de 7,49% em agosto deste ano para 5,64% em setembro.

Coordenador do Ivar, Paulo Picchetti, explica que está em curso uma normalização do preço dos aluguéis após o momento de recuperação da pandemia, quando o valor caiu muito, além da mudança de indexador dos contratos e a atividade econômica. “Essas quedas no Ivar que temos agora são, na verdade, um ajuste que reflete o fato dessa recuperação já ter acontecido e, ao mesmo tempo, você teve uma troca dos indexadores dos contratos de aluguéis”, disse. Durante a pandemia muitos contratos trocaram o IGP-M que, atrelado ao dólar, teve grande aumento, para o IPCA.

“O próprio IPCA nas leituras que vão até o período que cobrimos vinha desacelerando no resultado em 12 meses. Então, a queda do Ivar é resultado desses fatores: ter esgotado a recuperação da pandemia, ter um indexador que está desacelerando, e eventualmente com nível de atividade e mercado de trabalho estarem começando a desacelerar nessa virada de semestre”, explica.

De agosto para setembro, todas as cidades componentes do IVAR apresentaram desaceleração no indicador. A cidade de São Paulo foi de 1,46% para -0,34%. No Rio de Janeiro, o índice variou de 1,09% para 1,08% e, em Porto Alegre, de 2,50% para -6,83%. Em Belo Horizonte, o Ivar saiu de um aumento de 2,84% em agosto para -0,02% em setembro.

Rio de Janeiro foi a única cidade a registrar avanço em sua taxa interanual (Setembro 2.023/Setembro 2.022), de 9,42% para 9,76%. As taxas desaceleraram em Belo Horizonte (de 10,45% para 10,15%), Porto Alegre (de 5,62% para -1,23%) e São Paulo (de 6,42% para 6,24%).

O caso belo-horizontino

A variação acumulada em 12 meses do Ivar em Belo Horizonte tem se mantido numa constante de dois dígitos, em um patamar acima das outras cidades. Em setembro, o Ivar acumulado de BH é de 10,15%, enquanto é de 6,24% em São Paulo; 9,76% no Rio, e -1,23%, em Porto Alegre.

Paulo Picchetti explica que, exatamente por ter quedas maiores que as outras cidades na pandemia, Belo Horizonte tem mais espaço para recuperar do que outras capitais. Mas que somente este fato não explica tudo. “Mesmo com essa recuperação tardia, o Ivar de BH tem ficado acima das outras três capitais em relação à taxa acumulada. Tem alguma coisa mais aquecida no mercado de aluguel residencial em Belo Horizonte do que São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre”, afirma.

O coordenador do Ivar disse que a perspectiva da taxa acumulada em 12 meses comece a se estabilizar e aproximar do número do IPCA, que se tornou o indexador dos contratos de aluguel. “A própria perspectiva do IPCA é algo em torno de 5% e acredito que a variação acumulada dos aluguéis no final do ano estará próxima desse número”, finaliza.

O Ivar é o indicador que mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil. A próxima divulgação pelo FGV-Ibre está prevista para o dia 9 de novembro.

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