Peça Rara favorece economia sustentável

Focada em promover um mercado que valorize os princípios do consumo consciente em prol da geração de uma economia sustentável, a rede brasiliense Peça Rara inaugurou mais duas unidades do brechó em Belo Horizonte, uma no bairro Cidade Nova, na região Nordeste; e outra no Belvedere, na região Centro-Sul. Para este ano, ainda estão previstas mais uma unidade na Capital, no bairro Castelo (região da Pampulha); e outra na cidade de Prudente de Morais, na região Central do Estado.
No mercado há 16 anos, a rede atualmente tem mais de 110 lojas espalhadas pelo Brasil. Em Minas, já são seis unidades na Capital e mais uma em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
De acordo com a CEO do Peça Rara, Bruna Vasconi, Minas é um território fundamental na estratégia de expansão da marca. No primeiro trimestre do ano que vem será a vez do bairro Pampulha, na região de mesmo nome; e uma em Poços de Caldas, no Sul de Minas.
O Estado registrou um crescimento de 28% no faturamento do segundo trimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. No segmento de Moda, por exemplo, obteve um crescimento de 20,6% no faturamento de abril, maio e junho deste ano, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
“Começamos esse trabalho de expansão de forma mais efetiva em 2022. A formatação do modelo estava pronto e chegamos a abrir a primeira franqueada em Brasília, em 2019. Mas a pandemia fez com que a gente segurasse a divulgação e abrimos apenas quatro unidades fora do Distrito Federal. Só em 2022 é que a comunicação se tornou forte. A procura foi surpreendente. Rapidamente chegamos a praticamente todos os estados, faltando apenas Piauí, Rondônia e Acre. Minas é muito importante nesse processo e estamos empolgados com a procura tanto em Belo Horizonte como no interior”, explica Bruna Vasconi.
Anteriormente a franquia se voltava para cidades com mais de 300 mil habitantes. A experiência, porém, tem mostrado que até cidades com menos de 100 mil moradores podem abrigar uma unidade do brechó.
Segundo a executiva, três fortes características modelam o negócio do brechó: a qualidade das peças, já que é feita a curadoria e a limpeza de todos os itens; o preço – já que é possível comprar peças com um terço do valor encontrado nas lojas -, e a estrutura organizada que proporciona ao cliente uma experiência diferenciada, além do conceito de economia sustentável.
“O importante é que exista um público disposto a vender peças em bom estado e também a comprar itens de segunda mão. A unidade é aberta com captação local de peças. As pessoas procuram pelo serviço. É a construção de um conceito de economia sustentável. Temos tranquilidade de falar do quanto fomos precursores e contribuímos para uma mudança de mentalidade e comportamento. Quando começamos ainda havia muito preconceito contra a ideia de brechó. A maneira como organizamos o espaço, como fazemos curadoria, o sistema próprio de controle, foram conquistando as pessoas de modo geral, para essa mudança de comportamento em relação ao consumo e ao descarte”, pontua.
Brechó sustentável e com propósito
Além do capital necessário para realizar o investimento, avaliado em R$ 400 mil, em média, o candidato a franqueado precisa apresentar características fundamentais como sinergia com o propósito do Peça Rara e tempo para se dedicar ao brechó.
“Claro que o Peça Rara é um negócio e que precisa trazer retorno financeiro, mas esse não pode ser o principal objetivo das pessoas. Um dos pontos que levamos em maior consideração é a sinergia com o nosso propósito. Como qualquer outro negócio, esse também vai dar trabalho, então precisamos que as pessoas estejam satisfeitas com o que fazem. Outro ponto é a disponibilidade de tempo. Mesmo que a pessoa já tenha experiência, queremos alguém com tempo para se dedicar à unidade”.
Para fortalecer o propósito de fomentar uma economia sustentável e solidária, a empresária criou o Instituto Peça Rara. A iniciativa, que começou com a doação de peças que sobravam para instituições que atendiam crianças no entorno de Brasília, já rendeu a construção da primeira creche própria na região. Belo Horizonte deve receber a sua unidade no próximo ano.
“Quando começamos a dar certo percebi que, por mais que eu pudesse selecionar as coisas que nos chegavam, o volume era sempre muito grande. E eu não queria que as pessoas deixassem de doar para vender. Então, eu comecei a fazer um trabalho social com essas peças. Juntei um caminhão para uma instituição, uma creche informal. Chegando lá, vi que não era aquilo que eles precisavam. Estava me livrando do meu problema e arrumando um problema para aquelas pessoas. Resolvemos, então, fazer os bazares sociais para que o dinheiro servisse para as verdadeiras necessidades dessas entidades. Regularizamos o Instituto, construímos a nossa sede e em setembro inauguramos a nossa primeira creche em um espaço de 300 metros quadrados, com capacidade para atender 300 crianças. Vamos trabalhar para que essa seja a primeira de muitas. São Paulo e Belo Horizonte já estão na lista para o ano que vem”, completa a fundadora do Peça Rara.

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