Economia

Frota de veículos elétricos no Brasil pode superar 35 milhões até 2040

Projeções indicam que o crescimento nas vendas de veículos elétricos deverá ganhar impulso a partir de 2027
Frota de veículos elétricos no Brasil pode superar 35 milhões até 2040
Estudo prevê alta de até 106% ao ano nas vendas de veículos elétricos entre 2022 e 2029 | Crédito: Adobe Stock

A eletromobilidade no Brasil está prestes a passar por uma transformação significativa. Segundo estudo da consultoria Strategy&, a frota de veículos elétricos no País deve superar a marca dos 35 milhões até 2040. Esse crescimento é estimado para a partir de 2027, quando as vendas de veículos elétricos deverão ganhar impulso.

A disponibilidade de modelos, especialmente no segmento comercial, e o desenvolvimento da infraestrutura de carregamento são fatores cruciais que influenciarão a velocidade da eletrificação dos carros. Para alcançar essas projeções, é importante que sejam disponibilizados modelos elétricos em todos os nichos de veículos, segundo a pesquisa. O mesmo estudo aponta que são necessárias análises detalhadas de Total Cost of Ownership (TCO), que consideram o custo total de propriedade e crédito.

Impactos do crescimento de veículos elétricos na cadeia produtiva

Uma das principais consequências desse aumento na eletrificação veicular é a redução no consumo de combustíveis fósseis. Até 2030, estima-se que o País consumirá 8 bilhões de litros a menos de gasolina (12% da demanda atual) e 6 bilhões de litros a menos de diesel (10% da demanda atual). Essa redução se intensificará até 2040, com uma diminuição de 41 bilhões de litros de diesel (66% da demanda atual) e 37 bilhões de litros de gasolina (59% da demanda atual).

Sócio da Strategy&, Daniel Martins destaca a importância da eletromobilidade para o futuro. “A eletrificação veicular e seus impactos, principalmente pensando em futuro, é um dos principais pontos de discussão para essa pauta. Afinal, existe uma preocupação firmada na indústria de transportes quando se trata do aspecto sustentabilidade e transição energética para operação de baixo carbono”, comenta.

Venda de caminhões também pode alavancar os números

O estudo também indica um crescimento expressivo nas vendas de caminhões pesados, ônibus elétricos e veículos de passeio elétricos. Para 2030, espera-se um aumento de 79% nas vendas de caminhões pesados e 47% nas de veículos de passeio. Em 2040, esses números devem saltar para 97% de eletrificação nas vendas de caminhões pesados e 66% nos veículos de passeio.

De acordo com as projeções de frota total veicular, até 2030, 26% dos caminhões leves e ônibus estarão eletrificados, enquanto os veículos de passeio atingirão 11% e os caminhões pesados chegarão a impressionantes 80%. Já em 2040, espera-se que 65% dos veículos sejam elétricos, com 51% de caminhões pesados e 37% de veículos de passeio.

A perspectiva de alta nas vendas de veículos elétricos também é promissora. Estima-se um crescimento de até 106% ao ano, entre 2022 e 2029, impulsionado pela eletrificação da frota no País. Essa previsão, contudo, considera o modelo baseado em TCO, que avalia todos os custos associados à compra e manutenção do veículo ao longo de sua vida útil, incluindo custos fixos e variáveis, como aquisição, IPVA, seguro, manutenção e combustível.

A opinião do governador Romeu Zema sobre os veículos elétricos

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou, nesta quinta-feira (19), na abertura da 9ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), realizado em São Paulo, que a intensificação do uso do carro elétrico no País pode ser prejudicial aos empregos dos brasileiros. “Nós temos que lembrar: o carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos. A transição para o carro elétrico envolve a importação de baterias, que pouquíssimos países produzem”, disse.

O chefe do Poder Executivo estadual ressaltou que esse avanço da eletrificação pode destruir postos de trabalho. “São milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não terá mais sentido. Peças de motor a combustão, escapamentos, uma série de itens não são usados no carro elétrico. Vai significar a migração de empregos, sem considerar em postos de gasolina e concessionárias”, acrescentou.

Para Zema, o Brasil possui condições de se posicionar para o mercado internacional com outras possibilidades de eficiência no setor, enfatizando, por exemplo, a sustentabilidade dos veículos movidos a etanol.

O nosso carro a etanol, que muitas vezes é esquecido, é tão sustentável quanto o elétrico, ou até melhor”, disse. “Muitas vezes, o que temos assistido é um carro elétrico na tomada, sendo carregado, e o que está atrás, gerando essa energia, é uma usina termoelétrica altamente poluente. Então, precisamos mostrar que o Brasil já tem, hoje, uma frota considerável movida a um combustível renovável. O Brasil não tem conseguido mostrar isso”, criticou o governador.

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