Carro elétrico ou a etanol?

A eletrificação já é realidade no setor automotivo de alguns países europeus, na China e nos Estados Unidos. O Brasil caminha a passos tímidos neste mercado, mas cada vez mais montadoras e consumidores têm convergido rumo a uma mobilidade mais sustentável, seja pelo lançamento de carros elétricos ou híbridos ou pela troca de carros movidos a combustão.
Estudo da consultoria Strategy& indica que a frota de veículos elétricos no País deve superar a marca dos 35 milhões até 2040 e que as vendas deste tipo de carros deverão ganhar impulso a partir de 2027. Até lá, porém, são grandes as barreiras que o País precisa transpor do ponto de vista mercadológico e de consumo.
Hoje, um dos grandes entraves para a massificação de carros elétricos em terras tupiniquins diz respeito ao custo elevado. Montadoras já trabalham em prol de uma produção local e até mesmo investimentos em minerais como o lítio. Empresas de baterias também já começam a investir na nacionalização de suas linhas produtivas.
Minas Gerais destaca-se neste cenário com o Vale do Lítio, que o governo do Estado desenvolve no Vale do Jequitinhonha, e a instalação do Parque Industrial Colossus Cluster em Nova Lima, na RMBH, liderada pela Bravo Motors Company.
As metas são ousadas. Os esforços existem. A necessidade é grande. Porém, a realidade ainda se mostra distante. A pesquisa “Perspectivas da Produção Automotiva” mostra que 59% das empresas da indústria global de automóveis acreditam que a mudança para a produção de veículos totalmente elétricos não é viável dentro dos prazos legislativos atuais, definidos para o período entre 2030 e 2040.
Preocupação semelhante foi externada pelo governador Romeu Zema (Novo) na última semana, durante a abertura da 9ª edição do Cosud. O líder do Executivo mineiro falou que a intensificação do uso do carro elétrico no Brasil pode ser prejudicial aos empregos no País.
“O carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos. A transição para o carro elétrico envolve a importação de baterias, que pouquíssimos países produzem. Envolve destruirmos milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não terá mais sentido”, disse.
Em contrapartida, Zema enalteceu uma força nacional: os veículos a etanol. “O Brasil tem condição de mostrar para o mundo que tem uma alternativa ao carro elétrico. O nosso carro a etanol, que muitas vezes é esquecido, é tão sustentável quanto o elétrico, ou até melhor”, enfatizou o governador.
E, de fato, as metas são ousadas, os esforços existem, a necessidade é grande e a realidade ainda se mostra distante. O caminho é longo e carece de muita discussão.
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