Produção de aço bruto em Minas Gerais cai 11,8% em setembro

As siderúrgicas de Minas Gerais produziram 717 mil toneladas de aço bruto em setembro. O volume produzido no nono mês deste ano representa quedas de 11,8% em relação ao mesmo período de 2022 (813 mil toneladas) e 6,4% frente ao mês imediatamente anterior (766 mil toneladas). Os dados são do Instituto Aço Brasil.
Com esse resultado, a siderurgia mineira chegou a 6,95 milhões de toneladas de aço bruto produzidas no ano. A quantidade também corresponde a uma significativa redução, de 8,8%, em comparação ao exercício passado (7,62 milhões de toneladas), evidenciando o momento negativo do setor no País, que estima encerrar 2023 com recuo em quase todos os indicadores. A exceção são as importações, que vêm subindo substancialmente e causando problemas para a categoria.
Os números da entidade ainda mostram que as siderúrgicas do Estado fabricaram, no mês passado, 778 mil toneladas de aço semiacabados para venda e laminados. O montante fabricado ficou praticamente estável quando comparado a setembro de 2022 (775 mil toneladas). Contudo, em relação a agosto (820 mil toneladas), equivale a uma queda de 5,1%.
Quanto à participação de mercado, em setembro, a siderurgia do Rio de Janeiro produziu 3 mil toneladas de aço bruto a mais do que Minas Gerais, ficando na liderança estadual. Minas e Rio vêm revezando na liderança desde junho. No acumulado do ano, porém, as siderúrgicas mineiras são líderes de produção. O market share do Estado na fabricação de semiacabados para venda e laminado também é o maior em ambas comparações.
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Assim como em Minas Gerais, produção do País também caiu
Nacionalmente, a produção de aço bruto no nono mês deste ano foi de 2,5 milhões de toneladas, indicando quedas de 9,3% frente ao apurado em setembro de 2022 e de 7,4% no confronto com agosto. Com isso, as siderúrgicas brasileiras somam, neste ano, 23,9 milhões de toneladas produzidas, queda de 8,4% na comparação com o intervalo imediatamente anterior.
Ainda segundo os dados do Instituto Aço Brasil, as vendas internas foram de 1,7 milhão de toneladas, um recuo de 5,9% frente ao apurado em setembro de 2022. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,2 milhões de toneladas, 8,5% superior ao mesmo período de 2022.
O levantamento também mostra que as exportações de setembro de 2023 alcançaram 853 mil toneladas, ou US$ 672 milhões. Os respectivos volumes representam crescimento de 1,4% e recuo de 11,9%, se comprado ao exportado no nono mês do ano passado.
Já as importações, principal gargalo do setor neste ano, atingiram, em setembro, 549 mil toneladas, ou US$ 565 milhões, o que representa significativo incremento de 133,8% em quantum e de 51,7% em valor no confronto com o registrado em setembro do exercício anterior.
Importações de aço devem bater recorde no ano
Após fechar os números do mês passado, o Instituto Aço Brasil está projetando um recorde nas importações do mercado brasileiro siderúrgico em 2023. Conforme a estimativa, serão importadas cerca de 5 milhões de toneladas ou até mais. A entidade ressaltou que o País continua a ser inundado com material importado e que, em setembro, o volume oriundo de China e outros países, como Rússia, Coreia do Sul e Turquia, subiu 138% frente ao mesmo período de 2022.
O setor tem clamado por medidas emergenciais para conter a “inundação de aço”, que já causa paralisações em usinas brasileiras, como a da gaúcha Gerdau. No entanto, plantas localizadas em Minas Gerais ainda não foram afetadas. Uma delas refere-se à solicitação feita ao governo federal para taxar a importação do produto em 25%, o mesmo percentual praticado por 27 países da União Europeia, além dos Estados Unidos e México. A alíquota adotada hoje no Brasil é de 9,6%, exceto para alguns itens.
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