Net Zero à AL e Caribe

A Aliança Financeira de Glasgow para Net Zero (GFANZ), uma organização criada em 2021 durante a COP26, anunciou a formação da sua rede para América Latina e Caribe e a criação de um Conselho Consultivo sênior para impulsionar o progresso ambiental na região.

A organização, que agrega 650 instituições financeiras de 50 países, é considerada a maior coalizão mundial de instituições financeiras comprometidas com a meta de descarbonização até 2050. Os integrantes da GFANZ respondem por aproximadamente 40% dos ativos financeiros privados globais.
Embora a América Latina e o Caribe contribuam com menos de 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa, essas localidades são, em geral, mais vulneráveis a um conjunto diversificado de riscos relacionados com o clima, como as grandes inundações, por exemplo.

Com o objetivo de reduzir as emissões globais pela metade até 2030 e atingir a meta de emissões líquidas zero até 2050, a GFANZ e outras organizações de nível mundial buscam aumentar significativamente o capital privado para empresas e ativos que estão contribuindo com esse objetivo.

Porém, sem uma estrutura clara para a transição, o progresso vem se mostrando difícil de ser alcançado.

Preencher as lacunas de políticas públicas e adequar as regulamentações climáticas ambiciosas são fundamentais para que as instituições financeiras, incluindo bancos e grandes fundos de investimentos, transformem seus compromissos em ação imediata.

Nesse sentido, a ampliação da atuação da GFANZ para América Latina e Caribe é uma excelente notícia, fortalecendo toda a agenda de proteção ambiental na região. Entre os integrantes do colegiado da organização estarão nomes de peso como os brasileiros Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A rede latina irá seguir o mesmo modelo de duas outras iniciativas do GFANZ, na Ásia-Pacífico e África, lançadas em 2022. Também contam com apoio da Iniciativa Financeira do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP-FI) e os Princípios para o Investimento Responsável (PRI).

Toda iniciativa em prol da busca do Net Zero deve ser valorizada e incentivada, especialmente aquelas que buscam colocar em prática as ações que foram idealizadas no passado. No momento atual é fundamental que ações concretas, tanto de governos quanto de iniciativas privadas, sejam implementadas na busca de um mundo mais sustentável.