Unimed-BH fala de sustentabilidade dos negócios para cooperados
A sustentabilidade no seu sentido mais amplo – que inclui a sustentação econômico-financeira do negócio – foi o grande mote da 18ª edição do Encontro de Cooperados da Unimed-BH, realizado no dia 7 de novembro, no Minascentro, com 2.700 médicos.
De acordo com o diretor-presidente da Unimed BH, Frederico Peret, o momento histórico enfrentado de grande complexidade e incertezas quanto ao cenário político-econômico mundial, o avanço cada vez mais acelerado da tecnologia e seus altos custos e os novos paradigmas emergidos no pós-Covid-19, impõem uma discussão mais ampla sobre o que é sustentabilidade.
“Às vezes o conceito de sustentabilidade não é claro no dia a dia do trabalho médico. Então precisamos discutir isso mais amplamente. O que pode impactar na vida dele, embora, muitas vezes, no dia a dia de trabalho ele não consiga perceber. Ano passado trouxemos a discussão sobre ESG e como isso impactava a prática médica e os negócios da cooperativa. Agora, estamos aprofundando mais no aspecto da economia e especialmente da governança do impacto social da Cooperativa na comunidade. Isso está ligado ao sétimo princípio cooperativista, que é a preocupação com a sociedade. Existe uma instabilidade política e econômica no mundo que tem se refletido na saúde suplementar. Trouxemos uma visão sobre a macroeconomia e como isso pode impactar o nosso negócio”, explicou Peret.
O primeiro Encontro de Cooperados da Unimed dia foi dividido em três painéis. No primeiro, a economista e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Zeina Latif, proferiu a palestra “A realidade que nos cerca: como manter a solidez diante da complexidade do cenário econômico-financeiro?”.
“As pessoas estão cada vez mais interessadas na gestão e para isso elas precisam estar bem informadas. A gente não tem como traçar cenários com absoluta certeza, mas as mecânicas que têm ali para subsidiar a tomada de decisão. Então, é muito meritório esse seminário. ESG e IA (Inteligência Artificial) definem a sobrevivência dos negócios no médio e longo prazos. Esse é o ponto. É uma questão de mudança de crenças da sociedade. É a mesma coisa quando a gente pensa na governança. Como ter uma boa relação com os stakeholders sem um processo decisório de qualidade, com freios e contrapesos. Isso vale para as relações internas e externas”, destacou Zeina Latif.
Já o painel “Olhar atento para o futuro: o que esperar do mercado de saúde no Brasil e no mundo e como promover a sua sustentabilidade?” contou com o economista em saúde André Medici; a diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente; e o presidente da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), Anderson Mendes.
Para a diretora-executiva da FenaSaúde, falar sobre economia para os cooperados da Unimed-BH não é discutir apenas a sustentabilidade da saúde suplementar, mas de todo o sistema nacional de saúde.
“Nós formamos um grande sistema de saúde, uma engrenagem que precisa ser azeitada – fornecedores, médicos, hospitais, operadoras de saúde, beneficiários – todo mundo tem a sua parte a fazer na sustentabilidade desse sistema. Mas no caso do médico e do médico operado, mais ainda. Ele é parte integrante, ele tem interesse em ajudar a sociedade. O sistema está mais desafiador do que nunca. No pós-pandemia observamos uma mudança no comportamento das pessoas. Elas procuram mais o sistema de saúde. Estamos lidando com tecnologias cada vez mais caras, medicamentos extremamente inovadores, mas com o custo na casa dos milhões de reais. O Brasil tem uma cultura da judicialização, as pessoas buscam ter acesso a coisas que não estão no contrato via Justiça. Soma-se a isso um cenário econômico extremamente impactante. E no caso das operadoras de saúde, nós temos vivido em um cenário de prejuízos operacionais consecutivos. Então falar disso, especialmente para o sistema Unimed, com a sua grande capilaridade, é extremamente importante”, destacou Vera Valente.
E, por fim, o maestro João Carlos Martins se apresentou com o Coral Unimed e contou ao público a sua história de superação com a palestra “Superar é preciso: como potencializar nossa capacidade de transformação em meio às adversidades?”.
Como um empreendedor social, o maestro destacou a importância da escuta para tornar projetos como os desenvolvidos pelo Instituto Unimed Cultural, assertivos e sustentáveis.
“Se tem uma classe que eu respeito nesse planeta, são os médicos. A grande maioria deles não se preocupa somente com a dor física, mas também com a alma do paciente. E o artista, o músico, se preocupa com a alma, e através dela ajuda o físico. Sendo assim, são duas classes que estão de mãos dadas: os médicos e os profissionais da cultura. E, se eu puder dar um conselho para quem faz projetos sociais, é visitar as periferias como eu faço. Conhecer as pessoas mais vulneráveis é através delas é que você vai acabar aprendendo. Já levei muitas lições das periferias desse País”, afirmou Martins.
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