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Cemig é pioneira no País ao testar cabo com material de origem vegetal

Cemig é pioneira no País ao testar cabo com material de origem vegetal
Base de composição do sistema de isolamento é de origem vegetal | Crédito: Divulgação/Cemig

Com o objetivo de reforçar o compromisso com a modernização do segmento de energia e com as práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está instalando, na sua rede aérea de distribuição, um cabo de alumínio com isolamento feito de material contendo plástico de origem vegetal. A companhia é a primeira a testar a tecnologia no País.

O “cabo green”, como está sendo chamado, contribui para a diminuição de emissão de CO2 na atmosfera, uma vez que possui na base de composição do sistema de isolamento, 20% de polietileno de origem vegetal, proveniente da cana-de-açúcar. Diferentemente dos cabos de alumínio tradicionais que possuem o isolamento feito 100% com o polietileno vindo do petróleo, de origem fóssil.

O gerente de relacionamento com fornecedores da Cemig, Ivan Peixoto, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, destacou a dedicação da companhia em adotar práticas inovadoras para o setor. “A empresa está sempre em busca de soluções sustentáveis. É uma tendência não só nossa, mas do mercado também”, diz.  Ele explica que de acordo com a empresa fabricante do novo produto, a Prysmian, – companhia com unidade na cidade de Poços de Caldas, no Sul de Minas – para cada 10 quilômetros do novo cabo instalado, há uma redução de 1,7 toneladas de CO2 na atmosfera. “O equivalente a 248 árvores plantadas”, comenta.

Além disso, Peixoto argumenta que o cabo com material vegetal demonstrou – em testes laboratoriais e nos 30 dias que a nova tecnologia já está sendo implantada pela Cemig – condições idênticas às do cabo convencional e mesmo desempenho, sem ônus para a troca.

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Ainda de acordo com o gerente, a mudança de material não trouxe qualquer impacto econômico para a companhia. “Apesar dos cabos verdes serem 6% mais onerosos, a Cemig os adquiriu no mesmo valor dos convencionais, não impactando em nada nos gastos da empresa”, revela Peixoto.

Ele explica que a Prysmian já fornecia os cabos convencionais e acredita ser uma tendência do mercado a substituição por produtos mais sustentáveis. Dessa forma, ele espera que ao ampliar a aplicação e o ganho em escala, a empresa fornecedora consiga absorver essa diferença.

Para o gerente de produto do Grupo Prysmian, Marcondes Silvestre Takeda, o cabo green aprimora uma tecnologia que a empresa já dominava, que era a de cabos de cobre de baixa tensão, para entrar agora no universo das redes de distribuição. “Será um grande desafio, o qual abraçamos com muito orgulho com a Cemig e esperamos que esse pioneirismo incentive outros players do mercado a contribuírem com um futuro melhor”, afirma Takeda.

Teste da Cemig está sendo feito em Brumadinho 

A princípio, na fase de teste, foram instalados 300 metros do novo material na cidade de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). E a ideia é que sejam instalados 10 quilômetros, nos próximos dois anos. 

Ao todo, no Estado, são gastos por ano cerca de 8 mil quilômetros de cabos nos circuitos aéreos. Dessa forma, há potencial de expansão das trocas. Porém, a ideia, de acordo com o gestor, é testar a nova tecnologia, e a partir dessa fase piloto, observar o desempenho do novo cabo em maior escala nas redes de distribuição da empresa, que a princípio parece satisfatório para depois definir a real substituição.

Transformadores da Cemig já são à base de óleo vegetal

O cabo green, com material de origem vegetal, não é o primeiro produto com características sustentáveis na rede de distribuição da Cemig. A empresa já trabalha com outros equipamentos com a intenção de preservar o meio ambiente. São os transformadores de distribuição com líquido isolante à base de óleo vegetal.  Em Minas, a companhia já possui cerca de seis mil unidades do equipamento instalado em diversas regiões do Estado.

Nesse caso, a vantagem da presença do óleo vegetal no transformador em relação ao óleo mineral tradicional, é que ele apresenta menor risco de inflamabilidade e uma maior capacidade térmica de refrigeração. Além disso, o óleo vegetal é biodegradável o que lhe permite uma maior vida útil devido à estabilidade térmica.

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