Onda de calor impulsiona lucro da Energisa

A onda de calor causada pelo fenômeno climático El Niño foi um dos fatores que ajudou o Grupo Energisa a lucrar mais. No terceiro trimestre deste ano, o lucro líquido chegou a R$ 688,7 milhões, alta de 45,1% na comparação com o resultado de igual período de 2022.
Durante a videoconferência dos resultados, o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Maurício Botelho, destacou que o mercado atingiu a maior taxa de crescimento para o terceiro trimestre dos últimos quatro anos. “Tivemos aumento de consumo em todas as distribuidoras”, disse.
Ele ressaltou que foram registradas 40 ondas de calor nas maiores cidades das áreas de concessão do grupo durante o período, foram 25 a mais do que o computado no terceiro trimestre do ano passado (15). Com isso, a necessidade de resfriamento foi 21% maior do que o terceiro trimestre de 2022.
“Além desses efeitos climáticos, o bom desempenho da cadeia de alimentos também foi decisivo para a performance”, diz o executivo. Ele apontou outros destaques no consumo por segmentos no terceiro trimestre, como o de armazéns de grãos, grandes varejistas, bem como frigoríficos, além do segmento de produção de grãos e derivados em linha com a safra recorde, seguido pelos setores de produção de papel e metalurgia.
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Balanço
De acordo com a empresa, o aumento do lucro no terceiro trimestre de 2023 se deve, em parte, ao crescimento das vendas do grupo no mercado de energia no período. O indicador, que inclui o mercado cativo e a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), registrou crescimento de 3,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 9.693,8 Gigawatt-hora (GWh).
A elevação foi puxada, em especial, pela classe residencial, que representa maior fatia do mercado cativo e livre, que teve um aumento do consumo de 6,7%, explicado pelo fenômeno climático. As classes industrial e comercial tiveram expansão de 3,4% e 1,4%, respectivamente.
O lucro líquido ajustado da Energisa teve alta de 19,1% no terceiro trimestre de 2023 ante o mesmo período do exercício passado, totalizando R$ 538 milhões. Ainda conforme informações divulgadas pela empresa, o Ebitda Ajustado recorrente atingiu a cifra de R$ 2 bilhões no trimestre, alta de 25,2% em relação a 2022, o que representa incremento de R$ 428 milhões.
Perdas
A empresa manteve a tendência registrada nos últimos dois anos no setor de distribuição e encerrou o terceiro trimestre com índice de perdas de energia de 12,53%, 0,47 pontos percentuais abaixo do limite regulatório. Os indicadores DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) também se mantiveram abaixo dos limites regulatórios em todas as concessões.
No segmento de transmissão, a companhia colocou em operação o 5º transformador 230/138kV na subestação Mauá III, no Amazonas, com cinco meses de antecipação em relação ao plano de negócios, previsto para janeiro de 2024. No Tocantins, as obras da subestação de 200MVA estão em estágio avançado, com previsão de conclusão da parte civil até dezembro deste ano.
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