Editorial

Ninguém perde e todos ganham

Ninguém perde e todos ganham
Crédito: Seinfra/Divulgação

O Tribunal de Contas do Estado decidiu extinguir representação que pede paralisação da concorrência internacional que possibilitará a construção do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte. Em síntese, foram acolhidos os argumentos da Advocacia-Geral do Estado, principalmente no que toca à argumentação da Prefeitura de Contagem de que haveria conflito com a legislação ambiental do município. Em tese e de momento a questão estaria superada, o que não parece ser o caso uma vez que tanto Contagem quanto Betim já anteciparam, mesmo sem conhecer o inteiro teor da decisão, que irão recorrer, prorrogando assim o litígio.

Esta é mais uma daquelas questões absurdas em que o interesse político imediato é sobreposto ao interesse coletivo, gerando perdas que não parecem ser devidamente consideradas. E levando a absurdos como uma outra decisão tomada em Contagem, que modificou seu Plano Diretor para impedir a construção de vias de trânsito rápido no município, expediente que, se consolidado e copiado, poderia, simplesmente, inviabilizar a construção de malhas de transporte no País, indo, portanto, muito além da questão em foco.

Considerando a importância do Rodoanel para Belo Horizonte, para a região metropolitana, para o Estado e para o País é evidente que sua construção, suportada por recursos já disponíveis e provenientes das compensações pagas pela Vale como consequência do rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho, não pode ser obstada de forma unilateral. A vontade maior, o interesse maior, necessariamente devem prevalecer, sem o que todo o sistema político que elegemos como o mais adequado estará também comprometido. E não foi outro o entendimento da Justiça, que em sua manifestação deu como certo que todos os requisitos foram cumpridos, inclusive com os ajustes demandados, restando a conclusão de que o processo questionado cumpriu o objetivo para o qual foi constituído.

Deveria ser este o ponto final, ou o sinal aberto para que as obras possam ter início e entregues, para exploração em regime de concessão, dentro dos prazos previstos. Não como uma espécie de capricho ou manifestação voluntariosa de quaisquer das partes, mas, sim, pelo mero entendimento de que o Rodoanel responde à demanda e necessidades coletivas, portanto, ao interesse maior, direto, de toda a população abrigada na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

E tudo isso no entendimento elementar de que ninguém está perdendo e todos certamente ganharão na medida em que as condições de mobilidade forem melhoradas.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas