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Temas preocupantes atuais

Temas preocupantes atuais
Crédito: Rovensa Rosa/Agência Brasil

“SP no escuro deixa privatizações às claras” (Reinaldo Azevedo, jornalista político)

1) Arapongagem – Mais essa agora. Xeretagem eletrônica contra adversários, autoridades, jornalistas e outras pessoas do desagrado do circulo do poder. As averiguações procedidas pelos órgãos de controle a respeito dos malfeitos produzidos pelo governo anterior vêm acumulando espanto atrás de espanto. A denúncia de arapongagem eletrônica praticada por funcionários graduados da Abim (Agencia Brasileira de Informações), instituição diretamente vinculada à Presidência, indicou um descomunal quantitativo de 33 mil interceptações clandestinas, objeto de investigação da Policia Federal. E já tem gente com mandado de prisão consumado. A Abim é um organismo importantíssimo de assessoria institucional estruturado com elevado objetivo de subsidiar o Chefe do Governo de informações de superior interesse nacional. Sua missão não enfeixa, naturalmente, tarefas de bisbilhotagem de cidadãos que não figurem entre comensais, por assim dizer, do “paço real”. O deplorável episódio ganha proporção ainda mais danosa quando se toma conhecimento do envolvimento no grampeamento ilegal de empresa estrangeira, com acesso aos dados levantados, Minha Nossa!

2) Privatizações – Os adeptos das privatizações a qualquer preço (e até mesmo a preço nenhum) estão experimentando sabor amargo diante da situação calamitosa vivida na principal metrópole brasileira em decorrência de forte temporal. A concessionária dos serviços de eletricidade, privatizada tempos atrás, vem se revelando de um ineficiência a toda prova no atendimento das emergências brotadas da intempérie. Deixou os paulistanos, por horas infindáveis, sem energia e, via de consequência, sem abastecimento de água, provocando prejuízos incalculáveis. O indesejável estado de coisas gerado trouxe à tona evidências palpáveis de que a empresa – Enel – tem burlado sistematicamente cláusulas assumidas no contrato firmado com o Poder Público. Reduziu equivocadamente em percentual elevado o numero de empregados, desmantelando equipes especializadas, oferecendo um tipo de serviço bem aquém do prometido, inferior mesmo ao que existia anteriormente à desestatização. Vamos e venhamos, privatização não é dogma de fé, como muitos, em boa intenção, acreditam. Pode muitas vezes trazer frustrações. Dolorosas. É só recordar o que aconteceu, por exemplo, nos casos das barragens de uma ex–estatal.

3) Gaza – A opinião pública internacional mostrou-se amplamente solidária com o Estado de Israel quando do abominável atentado terrorista do Hamas. Mas, já agora, face à intensidade e extensão do revide israelense começa a externar mal-estar e descontentamento dando robustez aos clamores da ONU, do Vaticano, só pra mencionar algumas vozes de alta representatividade humana e política, em torno da necessidade imperiosa de uma pausa humanitária no bestial conflito. Os bombardeios indiscriminados a uma faixa territorial onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, maiúscula maioria sem vinculações com o grupo terrorista, já causaram dor, desespero, devastação em demasia, configurando uma tragédia humanitária. A pausa contemplará, obviamente, a libertação dos reféns, ações que permitam o sepultamento de mortos, condições para que o sistema de saúde possa atender feridos. O sentimento universal clama pela liberdade das pessoas mantidas em cativeiro, para que as sirenes de alerta referentes à chegada de foguetes silenciem, para que hospitais e ambulâncias não seja alvo de mísseis, para que as estatísticas apavorantes de mortes, em grande parte crianças, não cresçam ainda mais. E por derradeiro, que as lideranças mundiais promovam paralelamente a isso tudo, as necessárias e urgentes negociações que possam conduzir, no futuro, à implantação do Estado soberano da Palestina.

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