Confiança da indústria aumenta em novembro, aponta Fiemg

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) avançou 1,7 ponto entre outubro (50,3 pontos) e novembro (52 pontos). Calculado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o aumento é explicado principalmente pelo maior otimismo da indústria mineira para os próximos seis meses.

O índice ficou 0,8 abaixo da média histórica (52,8 pontos). O indicador foi 0,4 ponto inferior ao computado em novembro de 2022 (52,94 pontos).

O Icei é resultado da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor em relação aos seis meses anteriores e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

A economista da Fiemg, Daniela Muniz, observa que o índice de expectativas foi o motivo para a confiança do empresariado se manter acima dos 50 pontos – limite entre falta de confiança e confiança – e até registrar certa evolução.

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Ela explica que as expectativas positivas são influenciadas pela resiliência do mercado de trabalho, desaceleração da inflação o início do ciclo de redução da taxa de juros pelo Banco Central (Bacen). “Nós estávamos com a inflação elevada e agora começou a ter uma desaceleração. Com isso tivemos um início de redução das taxas de juros, e o mais importante além dessa redução dos juros, tivemos uma sinalização do Banco Central de que vai manter os cortes de 50 pontos-base ainda nas próximas reuniões”, disse.

Poder de compra

Daniela Muniz destaca que medidas do governo federal para transferência de renda e renegociação de dívidas das pessoas, como o Bolsa Família e o Desenrola Brasil, também influenciaram positivamente a confiança dos empresários. “A população estava realmente com endividamento muito elevado e, agora, com esses programas do governo, provavelmente vai conseguir, pelo menos, recuperar o poder de compra um pouco”, comenta.

A especialista explica que esse aumento do poder de compra é positivo para o final de ano e começo de 2024, períodos tradicionalmente de consumo elevado das famílias.

Contas públicas

Apesar da confiança, a economista da Fiemg afirma que há muita cautela do empresariado em virtude da incerteza com o equilíbrio das contas públicas, considerado por ela o maior problema macroeconômico do País atualmente.

A manutenção da meta fiscal de déficit zero na Lei de Diretrizes Orçamentárias é um sinal positivo do governo federal, aponta a economista. Uma mudança na meta para déficit de 0,25% a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) foi cogitada após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Com certeza é positivo, não só pela questão do déficit zero em si, mas pelo fato de ter previsibilidade. Se o empresário tem previsibilidade de que vamos ter equilíbrio das contas públicas, com certeza se sente mais encorajado a investir, contratar, aumentar a produção. Nesse sentido, a cautela dele reduz um pouco. Hoje vemos que estão extremamente cautelosos justamente por conta da imprevisibilidade”, declara Daniela Muniz.

Composição

Ainda abaixo dos 50 pontos, o componente de condições atuais do Icei teve alta de 0,3 ponto frente outubro (45,8 pontos) e marcou 46,1 pontos em novembro. O indicador mostrou, pelo 12º mês consecutivo, percepção dos empresários de piora das condições das economias do País e do Estado, bem como dos seus negócios.

Na comparação com novembro do ano passado (54 pontos), o índice teve queda de 7,9 pontos, sendo o menor para o mês em sete anos.

O componente de expectativas para os próximos seis meses da indústria teve crescimento de 2,4 pontos entre outubro (52,5 pontos) e novembro (54,9 pontos). O aumento reflete que os empresários seguiram com perspectivas positivas quanto aos próximos seis meses. Frente novembro de 2022 (51,6 pontos), o índice cresceu 3,3 pontos.