Agronegócio

Empresas recebem certificado em programa para fomentar produção mineira

Na solenidade de anos do Proalminas, 33indústrias têxteis receberam os certificados
Empresas recebem certificado em programa para fomentar produção mineira
Crédito: Danielle Moura

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) entregaram os certificados de participação no Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) a 33 indústrias têxteis. Realizada na sexta-feira (17), na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), a solenidade marcou os 20 anos da política pública.

Criado em 2003, o Proalminas surgiu a partir da demanda da cadeia produtiva, que previa perda de mercado, fechamento de indústrias mineiras, demissões e uma série de outras consequências em decorrência da isenção fiscal oferecida por outros estados. Em Minas Gerais, a política pública foi articulada para que a redução da carga tributária sobre o produto industrializado se revertesse em benefícios para toda a cadeia produtiva.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, destaca a importância do programa para a recuperação da cultura no Estado e sua importância na agricultura familiar, especialmente do Norte de Minas.

“Hoje o agricultor familiar de algodão recebe pelo seu produto o mesmo preço que é pago a um grande produtor, tem acesso às tecnologias, eliminou a presença do atravessador e tem renda e condições de proporcionar uma vida digna para sua família. Tudo isso tem sido possível graças às parcerias com os produtores através da Amipa, prefeituras, cooperativas e as indústrias mineiras de algodão que fazem este programa funcionar”.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Funcionamento

Ao aderir ao programa, as indústrias têxteis se comprometem a comprar uma cota do algodão de produtores mineiros e, em troca, recebem uma isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Em contrapartida, o algodão, com Certificação de Origem e Qualidade concedida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é adquirido dos produtores com um ágio de 7,85% sobre o valor praticado no mercado.

Na avaliação do sócio corretor da Santiago Cotton, Rodrigo Carvalho Santiago, foi uma forma inédita e importante para que toda a cadeia têxtil de Minas se desenvolvesse. “Criou-se uma condição de equilíbrio em relação aos outros estados que ofereciam incentivos fiscais para o setor, num momento de estresse máximo. O programa foi importante para gerar emprego, riqueza e criar condições para a manutenção e renovação tecnológica do parque têxtil”, afirma.

Resultados

Crédito: REUTERS/Randall Hill

Nos 20 anos de execução do programa, de 2003 a 2023, a produção de algodão passou de 85,5 mil toneladas para 110,3 mil toneladas estimadas para a safra 2023/2024. Os recursos do Proalminas também são utilizados para o desenvolvimento de pesquisas, validação de tecnologias e práticas sustentáveis de cultivo, monitoramento e combate às pragas e doenças, implantação de laboratórios e outras ações visando à melhoria da qualidade do algodão mineiro.

“Atualmente, Minas produz um excelente algodão, com bastante fibras. A Amipa elaborou um conjunto de regras, instalou laboratórios e classificadores exatamente para dar fidelidade à produção mineira. Meu desejo é que continuem com esse sistema de incentivo, fundamental para manter o algodão mineiro no ápice, tanto na produção quanto na qualidade”, afirma Marcos Bossi de Paula, diretor-executivo da Depaula Corretora.

O secretário-adjunto João Ricardo Albanez destaca que uma política pública só persiste se ela for exitosa. “Hoje nós temos uma sinergia entre o setor primário, a indústria têxtil e o governo, fazendo com que a gente sinta que esta política vai persistir por muitos anos. Além do feedback da cadeia produtiva, estudos da Fundação João Pinheiro mostram que o retorno financeiro obtido foi maior que a isenção fiscal no período de 2004 a 2018”.

O subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Caio Coimbra, analisa o programa nos aspectos socioeconômico e ambiental. “A cada um real de incentivo fiscal colocado pelo governo voltam R$ 1,42. Ou seja, tem um ágio de 42% em cima do que é investido. No período de 2007 a 2018, foram mais de 51 mil empregos gerados por ano. As ações do programa também são importantes para o fortalecimento do cultivo do algodão, no Norte de Minas, onde a cultura é significativa como geradora de renda e emprego. Na questão ambiental, ressalta-se a importância da produção de inimigos naturais. Isso faz com que a quantidade de agroquímicos utilizados seja muito menor”, detalha.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas