Festival do Filme Documentário começa hoje

A partir de hoje e até 3 de dezembro, Belo Horizonte recebe a 27ª edição do forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico, Fórum de Antropologia e Cinema. O evento, completamente gratuito, será realizado no Cine Humberto Mauro e no Cine Santa Tereza, além de contar com atividades on-line. A programação completa está disponível no site do evento.
Neste ano, a programação conta com a exibição de 68 filmes, distribuídos em quatro mostras. Reunindo documentários realizados por mulheres durante o fim da ditadura militar e a redemocratização do Brasil, a mostra “Experimentações feministas – cinema, vídeo e democracia no Brasil (1970-1994)” conta com vídeos e filmes em película que apresentam um recorte das relações entre o audiovisual e os feminismos brasileiros.
A “Mostra Contemporânea Brasileira” tem como intuito incentivar e mapear a produção audiovisual recente de filmes documentários e etnográficos, trazendo trabalhos finalizados nos últimos dois anos.
Dos 350 filmes inscritos, 26 foram selecionados pela qualidade formal e temática.
A mostra-seminário “A Câmera é a Flecha, a Câmera é a Cesta: cinemas Krahô, Tupinambá, Kuikuro, Kaiabi e Guarani”, pretende compartilhar com o público a diversidade de formas e narrativas indígenas que tem se desenvolvido nos últimos anos. Estarão presentes dez realizadores e realizadoras indígenas de diferentes povos originários.
Por fim, as “Sessões Especiais”, apresentarão filmes selecionados pela curadoria do festival por associarem a pesquisa formal às questões contemporâneas.
A abertura do festival será realizada hoje, às 19h, no Cine Humberto Mauro. Haverá a exibição comentada do filme “Yvy Pyte – Coração da Terra” (foto), de Alberto Alvares e José Cury, produção conjunta de Brasil eParaguai, de 2023, com a presença dos diretores e mediação de Paulo Maia, co-fundador e curador do festival. Haverá uma segunda sessão do filme amanhã, às 19h, no Cine Santa Tereza. A exibição contará com acessibilidade (legendagem descritiva).
“A expectativa para a sessão de abertura é enorme. Eu tenho contato com o trabalho do Alberto e do José há muitos anos, pois tive o prazer de orientá-los na UFMG. E essa parceria entre eles caminha para completar dez anos. O Alberto é reconhecido por ter um estilo muito próprio, no qual ele faz as suas pesquisas durante as andanças que faz pelas aldeias Guarani, nos Tekoa. E nesse filme, em especial, ele faz uma viagem de retorno à aldeia onde ele nasceu, onde o umbigo dele está enterrado. Ele tem uma carga emocional muito forte e ao mesmo tempo reconstitui um território dos povos Guarani que foi completamente ocupado pelos não-indígenas”, explica Paulo Maia, co-fundador e curador do forumdoc.bh.
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