Do campo à mesa do consumidor

A economia rural, com suas singularidades, demandas e ofertas, para abastecer os mercados interno e externo revela permanente conectividade com a pesquisa agropecuária e gestão eficiente nas culturas e criações nos cenários econômico, social e ligado aos recursos naturais.
O econômico deve refletir renda suficiente para adotar as inovações tecnológicas; o social ao permitir qualidade de vida no campo ou bem-estar social das famílias; e a adoção de boas práticas sustentáveis na sinergia solo, recursos hídricos, fauna e flora nos estabelecimentos agropecuários que somam 5,073 milhões no Brasil, sendo 607,5 mil em Minas Gerais (IBGE).
A agroeconomia no contexto brasileiro é diversa, complexa, multifatorial, multidisplinar, ocupa milhões de hectares, e se fundamenta nas atividades anuais desenvolvidas através de sistemas integrados e produtivos conectados à pecuária, suinocultura, fruticultura, apicultura, floricultura, olivicultura, horticultura, e outros!
O crescente desempenho do agronegócio brasileiro numa série histórica, desde a década de 1970, tem contribuído para abastecer o mercado interno e aumentar as exportações. “0 agro fechou 2022 com exportações recordes de US$ 159,1 bilhões, crescimento de 32% em relação a 2021, segundo o Boletim de Comércio Exterior do Agronegócio, e obteve o maior superávit registrado na história de US$ US$ 141,8 bilhões, e tendo a China em 1º lugar com US$ 50 bilhões ou 31,9%.” Estima-se que o agro possa fechar 2023 e exportar mais de US$ 160 bilhões.
Num conjunto de fatores associados, embora ainda não seja de amplo domínio público urbano, o agro traciona e demanda a pesquisa agropecuária, sementes, mudas, fertilizantes, corretivos, defensivos, energia renovável, biotecnologias, agroindústrias, máquinas e equipamentos agrícolas, aviação agrícola, agrosserviços.
E mais, embalagens para alimentos in natura e processados, sistemas de armazenagem, dentro e fora dos estabelecimentos agropecuários, logísticas de transportes, compartilhar novos saberes, boas práticas sustentáveis nas culturas e criações, repetindo, com ganhos econômicos, sociais e ambientais nos cenários rurais de Minas Gerais e do Brasil!
Entretanto, faz-se também necessário assinalar que a distribuição justa da renda per capita, o que se reflete diretamente nas indispensáveis demandas dos consumidores definitivamente urbanizados, amplia o acesso aos alimentos, tecnologias, produtos e serviços. Muitos são os papéis do agronegócio na economia nacional e sem subestimar outros setores da economia!
Além disso, o agro está submetido às políticas agrícolas, mercados, adoção de inovações agrícolas e pecuárias, crédito rural, entre outros fatores indissociáveis.
As safras de grãos crescem numa série histórica e ao comparar a safra brasileira de 79/80 com a de 22/23, a oferta passou de 50,9 milhões de toneladas para 322,8 milhões ou mais 534,1%, e resulta também de ganhos de produtividade por hectare cultivado.
Contudo, houve avanços consideráveis nas ofertas de alimentos de origem animal e vegetal, entre os quais; 5,2 bilhões de litros de leite em 1961 para 34,6 bilhões em 2022 (+ 557,6%)(FAO/IBGE); na cultura do milho, a produção cresceu de 22,5 milhões de toneladas na safra 89/90 para 131,7 milhões em 22/23 (+ 485,3%).
Comparando o ano de 2012 com o de 2022, a produção brasileira de carne de frango foi de 12,6 milhões de toneladas para 14,5 milhões (+ 15%); carne suína de 3,4 milhões de toneladas para 4,9 milhões (+ 44,1%); ovos de galinha de 31,7 bilhões de unidades para 52,0 bilhões ( + 64,0%).
A produção brasileira de carne bovina em equivalente carcaça de 3,28 milhões de toneladas em 1980 deve atingir a estimativa de
10,54 milhões em 2023 (+ 221,3%) (ABPA/Usda). Em 2022, o Brasil produziu 58 milhões de toneladas de frutas, segundo a Embrapa, o que poderá avançar nas exportações e gerar mais divisas externas às reservas cambiais do Brasil. 0 potencial de consumo de alimentos deve abranger 203 milhões de brasileiros; um desafio e tanto!
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