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Novo negócio social da Gerando Falcões proporciona renda para mulheres das favelas

Além de ajudar o público feminino de baixa renda a sair da pobreza, a iniciativa também impulsiona projetos de sustentabilidade social das ONGs instaladas nas favelas
Novo negócio social da Gerando Falcões proporciona renda para mulheres das favelas
Iniciativa de empoderamento feminino baseada na venda direta de itens como roupas e sapatos pretende transformar a vida de 500 mil mulheres em três anos Crédito: Reprodução/Instagram Gerando Falcões

O novo modelo de negócio social criado pela Gerando Falcões tem como base a venda direta de itens como roupas e sapatos para promover autonomia financeira, aumentar a autoestima e gerar renda sem investimento inicial e com rápido retorno para mulheres das favelas. Para homenagear todas as mulheres das periferias, a iniciativa recebeu o nome de As Mara, em alusão ao termo “As maravilhosas”.

O projeto une desenvolvimento social e econômico, permitindo a criação de uma rede que, além de ajudar o público feminino de baixa renda a sair da pobreza, também impulsiona projetos de sustentabilidade social das ONGs da rede da Gerando Falcões instaladas nas favelas.

Com a expectativa de mudar a vida de 500 mil mulheres em três anos, o projeto vai oferecer gratuitamente, todos os meses, um kit com 80 itens entre roupas e sapatos, vindos de doação e com preços variados, 80% mais baratos se comparados ao mercado tradicional.

O objetivo de cada “Mara”, como são chamadas as mulheres que participam do projeto, é realizar a venda direta desses itens em sua própria comunidade em um prazo de 30 dias. Caso sobre algum item para ser comercializado, o mesmo retorna para o estoque e é enviado para outra comunidade que possa ter interesse na peça. A devolução também não acarreta nenhum custo para as vendedoras.

Para contribuir com o desenvolvimento do projeto, foi criado um conselho com especialistas do varejo formado por: Liana Kerikian, Diretora de Marketing e Comunicação na Decathlon, Roberta Antoniazzi – Diretora de Varejo e Parcerias na Eletron Energy, Cristina Caresia – Diretora Executiva de Recursos Humanos na Construtora Tenda, Marcelo Santos – Head Comercial na Track&Field, Aline Ervolino – Executiva Especialista em Marketing e Vendas da Accenture e Sérgio Borrielo – ex-CEO da Pernambucanas.

“Queremos que todas as mulheres participantes da iniciativa tenham sucesso nesse processo, porque quanto mais elas venderem, mais renda extra conseguem gerar e mais autonomia financeira terão. Com a ajuda do nosso comitê formado por alguns especialistas do mercado em venda direta, vamos promover diversos treinamentos com dicas para aumentar as vendas e torná-las profissionais ainda mais completas. Além disso, teremos também programas de bonificação e incentivos mensais”, explica a diretora de negócios sociais da Gerando Falcões, Mayara Lyra.

O lucro das vendas será dividido em um modelo capaz de retroalimentar o ecossistema social, que vai funcionar assim:

  • Vendedoras recebem sua comissão pelas peças vendidas, acelerando sua própria geração de renda extra e saída da pobreza;
  • ONG regional é responsável por dar suporte às vendedoras e fazer a distribuição dos kits;
  • ONG regional também terá um montante revertido para si e, desta forma, consegue dar andamento aos demais projetos sociais e de sustentabilidade em vigor;
  • Gerando Falcões utilizará esse montante residual para cobrir os custos da operação, entre eles os funcionários responsáveis por separar e avaliar o estoque e o transporte logístico para a distribuição dos kits com os produtos, bem como, reinvestir neste e em outros projetos da ONG

O CEO e fundador da Gerando Falcões, Edu Lyra, ressalta que somente a filantropia não é um modelo sustentável e que os recursos não são suficientes para resolver os problemas do Brasil. Assim, com As Mara, a rede busca reforçar o pilar do empreendedorismo social.

“O que queremos é fazer uma intersecção do motor de filantropia com o motor de negócios sociais para ampliar a nossa capacidade de produção econômica, reinvestir na escala do negócio e tirar mais pessoas da pobreza, retroalimentando o ecossistema. Essa iniciativa está conectada ao nosso bazar social, que tem o intuito de ser uma força de renda das favelas brasileiras, explica.

A ideia para a criação de As Mara partiu do próprio Lyra, como forma de incentivar as mulheres a serem protagonistas das suas próprias histórias. O CEO da Gerando Falcões tem a mãe como inspiração e outras mulheres que fizeram parte da sua trajetória. Com essa iniciativa pretende retribuir todo o incentivo e suporte recebido da mãe, possibilitando que cada vez mais mulheres da favela deixem a pobreza e conquistem a independência financeira.

Projeto piloto é sucesso com mulheres da Favela dos Sonhos

O primeiro projeto-piloto de As Mara já foi colocado em prática com seis mulheres, residentes da Favela dos Sonhos. Em um mês foram 209 peças vendidas, com uma média de R$ 933 para cada participante e receita total arrecadada de R$ 5.600. “Estamos bem animados com os resultados obtidos no piloto de As Mara e prontos para expandir essa iniciativa que também marca uma nova fase da nossa ONG. A Gerando Falcões do futuro vai ser uma rede de negócios sociais. Esse é só o começo dessa jornada, e vai ser mara!”, comenta Edu Lyra.

Até o final do ano o projeto será estendido para 22 favelas, entre elas: Favela Marte, Favela da Tubulação, Jardim Ibirapuera e Favela Jardim Munhoz Junior, todas em São Paulo.

“Existem quase 14 mil favelas no Brasil e 16 milhões de brasileiros que moram nesses territórios. O PIB das favelas é maior que o PIB do Paraguai, por tanto, é fato que existe uma grande oportunidade econômica. O que precisamos fazer é transformar a favela em uma grande plataforma de geração de renda local para que esse dinheiro circule dentro da comunidade e multiplique sua capacidade de gerar valor”, explica o CEO da Gerando Falcões.

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