BH Airport implanta equipamentos fornecedores de energia limpa

O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport), localizado em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), implementou, recentemente, equipamentos que fornecem energia limpa e ar-condicionado para as aeronaves durante os serviços de solo. Foram investidos no projeto, batizado de 400Hz + PCA e iniciado há três anos, cerca de R$ 36 milhões.
As principais companhias aéreas domésticas que operam no terminal, Azul, Latam e Gol, já estão utilizando a solução, que confere uma diminuição dos custos que envolvem a operação, em torno de 30%, além de reduções de emissões de gases de efeito estufa. Há ainda ganhos em efetividade. O aeroporto trabalha para iniciar 2024, com as empresas internacionais operando o maquinário.
As informações são do gestor de Produtos e Serviços Aeroportuários e do Terminal de Cargas do BH Airport, Geovane Medina. Segundo ele, após um estudo de demanda, o aeroporto instalou os equipamentos, que ficam acoplados nas pontes de embarque, em 20 posições no pátio. E, embora o serviço possa ser estendido para outras no futuro, o número atual atende a todas as aeronaves que necessitam de uma maior oferta de energia elétrica e ar condicionado no empreendimento.
Medina destaca que somente mais três terminais aeroportuários brasileiros dispõem dessa solução inovadora e fundamentada na agenda ESG (abreviação, em inglês, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança). Sendo assim, a implantação do projeto é um dos pilares para que o BH Airport continue como o aeroporto de grande porte mais sustentável do Brasil, título concedido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em junho deste ano.
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Entenda como funcionam os equipamentos que produzem energia limpa e ar condicionado
O gestor de Produtos e Serviços do BH Airport esclarece como funcionam os equipamentos instalados no BH Airport. O terminal adquire energia elétrica de fontes renováveis da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Com o abastecimento “verde”, os maquinários conectados à subestação do empreendimento e acoplados as pontes de embarque, aguardam as aeronaves chegarem no pátio para os serviços de solo e as abastecem com energia limpa e ar condicionado.
Até então, o processo funcionava da seguinte maneira: a aeronave pousava no aeroporto e tratores traziam equipamentos movidos a diesel que mantinham o veículo e o seu ar-condicionado ligados. A companhia aérea também tinha a alternativa de usar o APU (em português, Unidade Auxiliar de Energia) que é um terceiro motor, que geralmente se localiza na cauda do avião.
Todas as aeronaves possuem o APU, segundo Medina, porém, o custo de mantê-lo ligado é alto, além dele contribuir para emissão de CO2. O dispositivo, que funciona como uma pequena turbina, é bastante utilizado no pré-voo, para manter os sistemas do avião em funcionamento no embarque de passageiros. Quando em operação, ele utiliza o mesmo querosene dos tanques.
“Basicamente, substituímos todos os equipamentos que eram a diesel, mais a necessidade de um veículo para levá-los até as posições, por um fixo alimentado por energia elétrica”, disse o gestor. “O BH Airport criou um produto, um serviço, em que o custo de utilização por hora para a companhia aérea é muito mais barato do que o APU da aeronave ligado ou os equipamentos em solo a diesel”, destacou, dizendo ainda que a tecnologia substitui ainda uma terceira opção.
“Existe ainda uma terceira opção de se ter energia para a aeronave que é a própria aeronave. Ela consegue gerar energia para si, só que é um custo muito alto, porque o querosene de aviação é um dos componentes mais caros para uma operação de uma empresa aérea. Ele é cerca de 40% a 45% do custo total. Então tudo que puder tirar de custo relacionado ao consumo de QAV da aviação, é muito importante para as companhias aéreas”, afirmou Medina.
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