Economia

Consumo nos lares brasileiros cresce 2,64% entre janeiro e outubro

Crescimento observado em outubro é atribuído às inaugurações de lojas no País e às atividades promocionais que tradicionalmente se intensificam no segundo semestre
Consumo nos lares brasileiros cresce 2,64% entre janeiro e outubro
O consumo nos lares brasileiros aumentou 2,64% frente a outubro de 2022 | Créditos: Agência Brasil / EBC / Arquivo

O Consumo nos Lares Brasileiros acumulou alta de 2,64% entre os meses de janeiro e outubro deste ano na comparação com o mesmo intervalo de 2022. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), apenas no mês de outubro, o consumo aumentou 2,89% frente a setembro e ficou 2,64% acima do registrado no mesmo mês do ano passado.

O vice-presidente da Abras, Marcio Milan, aponta que, além do efeito calendário, o crescimento observado em outubro também é atribuído às inaugurações de lojas no País. Ele ainda destaca as atividades promocionais que tradicionalmente se intensificam no segundo semestre, combinados com renda mais estável dos consumidores e a menor variação nos preços da cesta de abastecimento dos lares.

De janeiro a novembro, foram inauguradas 573 unidades, dentre elas, 306 são novas e as demais foram reinauguradas. Os principais formatos de unidades são os supermercados e os atacarejos, com 185 e 121 operações, respectivamente.

Além disso, o levantamento indicou que os recursos que mais contribuíram para o abastecimento dos lares em outubro foram: Bolsa Família, incluindo o acréscimo do Benefício Variável Familiar Nutriz que contempla crianças de até seis meses de idade (R$ 14,58 bilhões); os pagamentos de Requisições de Pequeno Valor do INSS – (R$ 2 bilhões); o pagamento do lote residual de Restituição do Imposto de Renda (R$ 643 milhões) e os repasses do auxílio-gás para 5,5 milhões de famílias (R$ 584,3 milhões).

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Já para novembro, a estimativa é de que o pagamento da primeira parcela do 13º salário no valor estimado de R$ 291 bilhões deve movimentar ainda mais a economia. O repasse de R$ 14,26 bilhões do Bolsa Família; o lote residual de Restituição de Imposto de Renda no valor de R$ 762,9 milhões e o pagamento de R$ 2,1 bilhões em Requisições de Pequeno Valor do INSS também deverão favorecer o comércio.

Expectativas para o consumo no Natal nos supermercados

De acordo com levantamento realizado pela entidade, entre os dias 10 e 23 de novembro, 62% dos supermercados brasileiros esperam aumento do consumo neste Natal, na comparação com a mesma data de 2022. O principal consumo deve vir das cestas de bebidas e de proteínas.

Na categoria de bebidas, o consumo deve aumentar 12,3% em itens como cervejas, cervejas premium, destilados, espumantes, refrigerantes, sucos, vinhos importados e vinhos nacionais. Já na cesta de proteínas, a expectativa é de que o consumo dos brasileiros cresça 10,1% com produtos da época, dentre eles aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, ovos, peixe, pernil, peru e tender.

Também é esperado aumento de 8,9% no preço médio dos produtos frente ao registrado no ano anterior. A cesta com 10 itens natalinos custa, em média, R$ 294,75. E é composta por aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra, tender.

Na divisão por regiões, a cesta mais barata é a do Centro-Oeste do País, com valor médio de R$ 313,30; seguida pelo Sudeste (R$ 316,84), Norte (R$ 320,43) e Nordeste (R$ 321,65). Já a cesta natalina mais cara foi a do Sul, com R$ 333,44.

Porém, a variação mais elevada foi observada na cesta da região Sudeste, com alta de 12,2%, seguida pelo Sul (10,7%), Centro-Oeste (9,7%), Nordeste (7,9%) e Norte (4,6%).

Cesta AbrasMercado

O preço da cesta AbrasMercado, com 35 produtos, subiu 0,1% em outubro, na comparação com setembro deste ano. Essa é a primeira variação positiva do índice após cinco quedas consecutivas. Dentre os fatores que levaram a esse aumento estão as questões climáticas sazonais que impactaram os preços do hortifrutigranjeiros e a reoneração do óleo diesel, como adiantado pela entidade, em setembro.

Os produtos que apresentaram as elevações mais relevantes foram: batata (11,23%), cebola (8,46%), arroz (2,99%), corte traseiro bovino (1,94%), açúcar refinado (1,88%), tomate (0,97%), extrato de tomate (0,83%), pernil (0,57%), frango congelado (0,54%). Enquanto as maiores retrações foram observadas na cesta de lácteos, com destaque para o leite longa vida, que baixou 5,48% no último mês.

Já os acumulados do ano e dos últimos 12 meses seguem em queda, com variações negativas de 6,43% e 5,08%, respectivamente. Esses resultados estão sendo influenciados pelas retrações nos preços do óleo de soja (-30,94%), feijão (-23,12%), cortes bovinos do dianteiro (-12,61%) e traseiro (-12,44%), frango congelado (-9,55%) e do leite longa vida (-6,10%). Dessa forma os preços passaram de R$ 754,98 em janeiro para R$ 705,93 em outubro.

Na análise regional, a maior queda no indicador frente ao mês anterior ocorreu na região Sul (-1,07%). Em seguida vem o Nordeste (-0,17%), Norte (-0,09%) As regiões Sudeste e Centro-Oeste foram as únicas a registrar aumento de preço, com altas de 0,45% e 0,27%, respectivamente.

Cesta de alimentos básicos

Já no caso da cesta de alimentos básicos com 12 produtos, foi possível observar queda mais intensa (-1,01%) em outubro frente ao mês anterior. De acordo com a Abras, o valor médio passou de R$ 299,10 para R$ 296,10.

O resultado foi puxado, principalmente, pelas reduções registradas nos preços do leite longa vida (-5,48%) e do feijão (-4,67%). Já os maiores avanços foram do arroz (2,99%) e do açúcar refinado (1,88%). Esses produtos também apresentaram as altas mais expressivas no acumulado de 2023: arroz (+13,58%) e açúcar refinado (+7,58%).

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas