Os desafios pela frente

O Brasil chegou ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, enxergando o futuro e em condições de alcançá-lo. Haviam objetivos a cumprir, metas a serem batidas e, melhor, o sentimento claro de que era possível, estava ao alcance. Entendia-se que sair da pobreza, alcançar os países mais adiantados, demandava, essencialmente, promover a modernização da economia, com ênfase na industrialização, tudo isso tendo como ponto de partida a construção ou ampliação da infraestrutura de transportes, energia e comunicações, que suportaria as transformações desejadas. Foi um período muito fértil para o País e que culminou com o governo do mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira, aquele que prometeu e cumpriu realizar em 5 anos tarefa que demandaria 50 anos. Tendo Brasília como seu melhor símbolo e a indústria de material de transportes como porta de entrada num novo mundo.
São registros que já pertencem à história, lembranças de um tempo melhor e também indicativo de que sempre que houver vontade e determinação será possível fazer, alcançar objetivos por mais ambiciosos que possam parecer.
São lembranças que nos ocorrem a propósito de notícias que vão na direção oposta. Nosso País chegou ao século XXI num processo claramente regressivo, de que é símbolo a tão falada desindustrialização.
Estamos involuindo e nos distanciando das nações industrializadas, perdendo empregos de qualidade, tudo isso como resultado da falsa ideia de que importar poderia ser mais barato que produzir. Ao mesmo tempo e já, talvez, a partir dos anos 80/90 do século passado os investimentos em infraestrutura foram abandonados, onerando a produção interna e desconvidando potenciais investidores. Tanto pior, desmontando e sucateando grande parte da infraestrutura construída nas décadas anteriores.
O Brasil que deseja olhar para frente a sério terá que enxergar e enfrentar esses problemas. Como acaba de informar a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que depois de longos estudos concluiu que 78,8% das rodovias brasileiras se apresentam em condição “regular, ruim ou péssima” e em 70% dos trechos pavimentados, em que 80% da sinalização deixa a desejar, igualmente não atendem à demanda, tanto em termos de rolagem quanto de segurança. Devolver condições aceitáveis apenas às rodovias que cortam Minas Gerais demandaria investimentos imediatos de R$ 16,6 bilhões, informa a CNT.
Em cada um desses quesitos, mesmo que carregando o erro de desmontar o sistema ferroviário, já fomos bem melhores. Cabe enxergar, cabe tomar fôlego, cabe abandonar a política da conveniência de poucos para afinal trilhar o caminho do futuro.
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