Faturamento da indústria eletroeletrônica deve subir 2% em 2024

São Paulo – A indústria eletroeletrônica deve registrar alta nominal de 2% no faturamento de 2024, para R$ 208 bilhões, contra queda de 6% estimada para 2023, estimou a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) nesta quinta-feira.
O setor deve encerrar este ano com faturamento de R$ 204,2 bilhões, segundo projeções preliminares, em desempenho abaixo do esperado pela entidade.
“Não é uma expectativa das mais otimistas, nós gostaríamos que pudesse crescer bem mais do que nós estamos crescendo”, disse o presidente-executivo da Abinee, Humberto Barbato, em a jornalistas.
Os investimentos do setor devem subir 3% em 2024, para R$ 3,6 bilhões, e o nível de emprego deve passar de 263,3 mil para 266 mil trabalhadores, acrescentou a Abinee.
Segundo a associação, o setor espera aumento de 4% nas exportações do próximo ano, para US$ 7,5 bilhões, e de 3% nas importações, para US$ 44,5 bilhões, com uma utilização de capacidade instalada em 74%, contra 72% em 2023, percentual mais baixo desde junho de 2020 (68%).
“Nesses anos todos que estou aqui na Abinee, nunca vi chegar a esse nível de ociosidade, o que é extremamente preocupante”, acrescentou Barbato. “Nós esperamos que o ano que vem possa ser melhor.”
Entre as questões que precisam ser tratadas para melhorar o desempenho do setor, ele apontou o combate a contrabando de celulares e a participação limitada da indústria brasileira nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“É uma pena que você tenha 15 mil quilômetros de linha de transmissão em construção e, praticamente, a indústria brasileira não está conseguindo participar desses leilões porque um determinado país chamado China resolveu descarregar sua produção onde existem mercados mais abertos”, acrescentou.
Marketplaces
No caso do contrabando, que representa 21% do mercado de telefones celulares no Brasil segundo a Abinee, representantes da entidade também afirmaram que a grande maioria desses aparelhos ilegais são vendidos por meio de marketplaces.
De acordo com os executivos, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que regula o setor, tem negociado com marketplaces para derrubar anúncios de aparelhos ilegais em suas plataformas, mas alguns dos maiores não “querem conversa”.
“O que a gente espera hoje do governo é uma ação efetiva junto a esses marketplaces”, disse o diretor de dispositivos móveis de comunicação da Abinee, Luiz Claudio Carneiro.
Questionado sobre quais seriam as plataformas mencionadas, o presidente-executivo da associação citou as gigantes de comércio eletrônico Mercado Livre e Amazon.
“O Mercado Livre e a Amazon não têm feito… não têm assinado o acordo com a Anatel”, afirmou. Em nota, o Mercado Livre disse que mantém contato com a Anatel, apresentando suas medidas para remoção de produtos não homologados e proibidos anunciados por vendedores que utilizam sua plataforma, e que está sempre à disposição das autoridades públicas. A Amazon não respondeu de imediato.
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