Corpo apresenta “Breu” e “6 Danças Sinfônicas”

Depois de apresentar em Belo Horizonte seu mais recente espetáculo, “Estância”, com a Filarmônica de Minas Gerais, e os espetáculos “Gil Refazendo” e “Breu”, no Palácio das Artes, o Grupo Corpo retorna aos palcos da cidade com a sua já tradicional temporada popular de final de ano, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Como de praxe, o programa será duplo, com “6 Danças Sinfônicas” e “Breu”. A curta temporada com preços populares acontece na sexta-feira ( 8) e sábado (9), às 20h, e no domingo (10), às 18h. Os ingressos: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia) e podem ser adquiridos em www.eventim.com.br.
Com coreografia de Rodrigo Pederneiras, “6 Danças Sinfônicas” (2015) é um excerto da peça coreográfica Dança Sinfônica, criada para a celebração dos 40 anos de atividade do Grupo Corpo, em 2015. A trilha sonora foi composta especialmente por Marco Antônio Guimarães, autor de trilhas antológicas como 21 (1992) e Bach (1996). O mote memorialista proposto pelo diretor artístico Paulo Pederneiras e coreografado por Rodrigo Pederneiras retoma alguns dos temas que marcaram a história da companhia, com as melhores notações de todo um vocabulário do Grupo Corpo; assim, executa uma síntese da singular e celebrada escritura coreográfica que marca sua história.
“Breu”, balé criado em 2007, é uma demolidora partitura de movimentos escrita por Rodrigo Pederneiras.
Para expressar em movimentos a densa e lancinante trilha sonora criada por Lenine, coreógrafo e bailarinos partiram para a formulação de novos códigos de movimento, repletos de angulosidade e a rispidez. A brusquidão das quedas e uma penosa morosidade nas subidas parece puxar os bailarinos para o chão, movendo-se com o auxílio da pélvis, dos pulsos, dos cotovelos, dos joelhos, dos tornozelos, dos calcanhares. Para manter-se de pé ou ficar por cima, é preciso ignorar o outro e encará-lo como inimigo.
O individualismo, o triunfo a qualquer preço e a disposição para o confronto como estratégia de sobrevivência parecem reger os 40 minutos de espetáculo.

A música original de Lenine combina uma vasta gama de timbres, samplers, efeitos, citações e estilos, na construção de uma instigante babel sonora. A peça tem oito movimentos que vão do hard rock aos gêneros populares e tradicionais brasileiros. Paulo Pederneiras emoldura o espaço cênico com grandes placas negras e brilhantes, dispostas lado a lado com precisão, remetendo à frieza das superfícies azulejadas.
De malhas inteiriças e todo em preto e branco, os figurinos criados por Freusa Zechmeister dividem ao meio o corpo dos bailarinos: na região frontal, predominam as estampas geométricas variadas; as costas ganham, de alto a baixo, um negro intenso. Sob a incidência da luz, o brilho das malhas destaca as formas fazendo com que, aqui e ali, os bailarinos se misturem ao cenário, emprestando volume e sinuosidade à estética retilínea e bidimensional.
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