Exportações de Minas Gerais recuaram 3,1% entre janeiro e novembro

A balança comercial de Minas Gerais encerrou os primeiros 11 meses de 2023 com um superávit de US$ 21,86 bilhões. O valor ficou 3,7% maior que os US$ 21,1 bilhões registrados em igual intervalo de 2022. Apesar do saldo positivo, entre janeiro e novembro, as exportações de Minas Gerais registraram um valor de US$ 36,1 bilhões, ficando, assim, 3,1% inferior ao mesmo período do ano passado. As importações caíram 11,8% e movimentaram US$ 14,3 bilhões no período. Entre os principais produtos, as exportações de minério de ferro subiram 0,24% enquanto o café apresentou forte queda de 22%.
Conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), nos 11 primeiros meses de 2023, as exportações feitas por Minas Gerais somaram US$ 36,18 bilhões ante US$ 37,4 bilhões registrados em igual intervalo de 2022. O montante representou uma queda de 3,1% ou US$ 1,17 bilhão a menos.
Com o resultado, Minas foi responsável por 11,8% das vendas externas nacionais e ficou em terceiro lugar entre os maiores estados exportadores.
“As exportações de Minas Gerais recuaram 3,1% e ficaram dentro do esperado. Podemos considerar que o resultado mostra uma certa estabilidade. A tendência é encerrar o ano com o valor abaixo do registrado em 2022, com os embarques movimentando de US$ 38 bilhões a US$ 39 bilhões. Se alcançado, o resultado será o terceiro maior da história, menor apenas que 2011 e 2022”, explicou o consultor de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito.
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No mesmo período, as importações mineiras caíram 11,8%, ficando em US$ 14,3 bilhões ante US$ 16,2 bilhões registrados entre janeiro e novembro de 2022. Assim, o Estado importou US$ 1,92 bilhão a menor, ou 11,8% de queda. Minas Gerais ocupa o quinto lugar entre os estados mais importadores do Brasil e responde por 6,47% das compras externas nacionais.
Com os resultados das exportações e importações, a corrente ficou em US$ 50,5 bilhões, resultando assim em uma retração de 5,8% ou de US$ 3,1 bilhões a menos. No mesmo período do ano anterior, a corrente estava em US$ 53,6 bilhões.
Resultados de novembro
Levando em consideração somente a movimentação em novembro, o resultado também foi negativo. Nas exportações mineiras, a queda foi de 6,2% com a movimentação de US$ 3,1 bilhões. No mesmo mês de 2022, os embarques somavam US$ 3,3 bilhões.
Ainda em novembro, as importações do Estado chegaram a US$ 1,22 bilhão, queda de 14,3% ante os US$ 1,42 bilhão registrados um ano antes.
Principais destinos das exportações de Minas Gerais
Entre janeiro e novembro, a China seguiu como maior parceiro comercial do Estado. Quanto às exportações, o país asiático respondeu por 40% dos embarques feitos por Minas Gerais. A movimentação foi de US$ 14,4 bilhões nos primeiros 11 meses do ano. O resultado ficou 6,2% maior.
O segundo maior parceiro foram os Estados Unidos, com as compras de produtos mineiros somando US$ 3,3 bilhões. O país respondeu por 9,1% dos embarques feitos pelo Estado. No período, as negociações caíram 12,7%, resultado da queda da demanda pelo café. Em seguida, veio a Argentina, com US$ 1,93 bilhão, e 5,3% de participação. No acumulado do ano, as negociações com a Argentina cresceram 13,5%.
Queda do café impacta no resultado das exportações de Minas Gerais
Ao longo dos primeiros 11 meses de 2023, a maior movimentação financeira com os embarques em Minas Gerais veio do minério de ferro. Porém, o destaque e uma das maiores influências para a queda do valor movimentado pelas exportações veio do café, cujas exportações recuaram 22% em valor.
No período, os embarques de café movimentaram US$ 4,9 bilhões. O grão respondeu por 14% do faturamento das exportações estaduais nos primeiros 11 meses do ano. O impacto no resultado geral é significativo, já que a retração em valor foi de US$ 1,39 bilhão.
“No café, o faturamento caiu 22% e ficou US$ 1,3 bilhão menor. Foi o maior impacto negativo no resultado estadual. A queda das exportações do café é fruto de estoques altos e produção maior, mas é normal dentro do ciclo”, avaliou o representante da Fiemg.
Demais produtos
Já as exportações de minério de ferro e seus concentrados movimentaram US$ 11,4 bilhões, resultando, assim, em uma pequena alta de 0,24% ou de US$ 26,8 milhões a mais se comparado com o mesmo intervalo de 2022. O produto é o mais exportado pelo Estado e respondeu por 31% das exportações.
Os valores movimentados com as exportações de soja e de ferro-gusa ficaram empatados em terceiro lugar. No caso da soja, o faturamento chegou a US$ 3,2 bilhões, representando, assim, uma queda de 2,7% se comparado com o mesmo período do ano passado.
Os embarques de ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas também foram responsáveis pela movimentação de US$ 3,2 bilhões em exportações, valor que retraiu 8,41% se comparado com o montante registrado no mesmo intervalo de 2022.
Os embarques de ouro, não monetário – excluindo minérios de ouro e seus concentrados – somaram US$ 1,47 bilhão, ficando, então, 7,23% menor.
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