Tracker RS tem visual esportivo único

Já em abril deste ano, a Chevrolet lançou a linha 2024 do SUV compacto Tracker. Como novidade, duas novas versões, a Midnight e a RS, ambas diferenciadas apenas no visual.
A Midnight traz o estilo all black, é um aprimoramento da versão LT e fica posicionada entre ela e a LTZ.
A RS tem visual esportivo e único na linha, sendo uma simplificação da Premier, versão de topo da gama.
A RS se posiciona entre a LTZ (versão intermediária) e a Premier.
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Registrando 59.877 unidades até o fechamento de novembro, o Tracker é o segundo SUV compacto mais vendido em nosso mercado e o oitavo modelo entre os automóveis, de acordo com os dados fornecidos pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Ao que tudo indica, o modelo deve manter essas posições no encerramento de 2023.
O Veículos recebeu o Chevrolet Tracker RS Turbo (automático) para avaliação, versão equipada com motor 1.2 de três cilindros.
O site da montadora só informa os preços iniciais para cada modelo. Segundo a concessionária Jorlan Chevrolet, de Belo Horizonte, a versão RS custa R$ 164,64 mil.
A cor azul metálica escura é a única dentro deste preço. A cor branca sólida acrescenta R$ 900 e todas as outras metálicas elevam R$ 1.750 mil ao preço inicial, inclusive a cor vermelha da unidade avaliada. A versão vem completa de série e não oferece opcionais.
Os principais equipamentos são: teto solar panorâmico com abertura elétrica; sistema OnStar com Wi-Fi embarcado; multimídia MyLink; volante com os comandos do som e do controlador de velocidade; direção elétrica com coluna regulável em altura e distância; ar-condicionado analógico; chave presencial e partida por botão; sistema stop/start; vidros elétricos com acionamento por um toque; rodas escurecidas aro 17 polegadas com pneus 215/55 R17 e revestimento do volante e bancos em material sintético que imita o couro.
Em termos de segurança, os principais equipamentos são: alerta de colisão eminente com frenagem automática de emergência; indicador de distância para o veículo da frente; alerta de presença no ponto cego; seis airbags; controle eletrônico de estabilidade e tração; assistente de partida em aclive; faróis em full LED; lanternas e luzes de freio em LED; sensores crepuscular e de aproximação traseira e câmera de marcha à ré.
Motor e câmbio
O motor tem bloco de três cilindros, 1.2 litro de capacidade e 12 válvulas. Turbo alimentado e bicombustível, conta com injeção indireta multiponto, duplo comando de válvulas com variação de abertura na admissão e na exaustão, e este é tracionado por correia dentada banhada em óleo.
Ele rende 133/132 cv às 5.500 rpm com etanol e gasolina, respectivamente. O seu torque atinge 19,4 kgfm às 2.000 rpm, independente do combustível escolhido.
O Tracker RS acelera de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos e alcança 185 km/h de velocidade máxima, segundo a Chevrolet.
O câmbio é automático convencional com seis (6) marchas. Ele permite limitar a marcha mais longa por meio de botão posicionado na lateral da manopla da alavanca. O acoplamento é feito por conversor de torque.
O Tracker não é um sucesso por acaso. Deste a versão de entrada ele tem motor turbo, chave presencial e seis airbags, trinca que nenhum concorrente tem em suas versões básicas, alguns, nem nas de topo de gama.
Segurança
Porém, mais importante do que os equipamentos de desempenho e conforto, é que todas as versões do Tracker têm os sistemas de segurança e a estrutura construtiva que lhe garantiram as cinco estrelas máximas na avaliação do Programa de Avaliação de Carros Novos para a América Latina e o Caribe (Latin NCAP). Ele é o segundo carro mais seguro produzido no Brasil.
Partindo da versão básica, a Turbo AT, acrescentando equipamentos e poucos detalhes estéticos, a Chevrolet especificou mais três versões, LT, LTZ e Premier.
Alterando mais profundamente o visual de duas versões, mudando seus equipamentos, ela lançou a Midnight e a RS.
Baseada na LT, ao aplicar a cor preta nas rodas, em peças e emblemas externos, inclusive na tradicional gravata dourada da marca, e mudando detalhes internos, a marca criou o Tracker Midnight, versão que publicamos a avaliação em outubro.
Com essas alterações all black da Midnight, somadas à uma trama octogonal totalmente nova na grade dianteira, detalhes vermelhos na cabine e a simplificação de equipamentos da Premier, a Chevrolet personificou o Tracker RS, deixando a versão com o visual mais agressivo e esportivo da linha.
Visual
Externamente, a RS avaliada ficou particularmente harmônica. Todos estes detalhes em preto, comuns à Midnight, combinaram perfeitamente com os emblemas em vermelho vivo daversão e a cor vermelha metálica da unidade avaliada.
No interior, a RS mantém o padrão do Tracker: plásticos duros por todos os lados e pequenas áreas revestidas com material macio ao toque. Nessa versão, tiras de tecido cinza a debrum vermelho ornamentam os bancos dianteiros.
Também exclusivas na RS, costuras duplas com linha vermelha no volante, nos revestimentos do painel principal, nos apoios de braços das portas dianteiras e no central, e em todos os bancos deixaram a cabine mais esportiva e melhoraram a percepção de qualidade interna.
Finalizando, algumas peças cromadas, como as maçanetas, e outras em preto brilhante ou que imitam alumínio fosco, quebram a simplicidade geral do interior.
Se o acabamento não é um destaque no Tracker, seu espaço interno é um dos melhores na categoria.
Espaço – Na cabine, quatro adultos têm área de sobra para cabeça, ombros e pernas. O quinto ocupante vai menos confortável.
Os bancos dianteiros apoiam bem o corpo, deixando-os bem encaixados. O encosto traseiro apoia bem as costas. Já o assento, poderia ser mais comprido para sustentar melhor as pernas.
A densidade da espuma de todos os bancos poderia ser maior, deixaria os ocupantes menos cansados em viagens. Os apoios de braço das portas são muito bem dimensionados mas, o central, é pequeno.
Os vãos das portas e o ângulo de abertura das mesmas não são tão generosos como o volume interno, característica que dificulta o acesso de pessoas com baixa mobilidade.
Suas medidas externas são: 4,27 metros de comprimento; 1,79 metro de largura; 1,62 metro de altura e 2,57 metros de distância entre-eixos.
Em seu tanque de combustíveis cabem 44 litros e o porta-malas comporta 393 litros. Leve para o porte, o Tracker 1.2 pesa 1.271 kg, sua capacidade de carga é de 410 kg e o modelo não pode receber reboque para tracionar carretinhas.

Inmetro
A despeito deste bom tamanho para um SUV compacto, a altura livre do solo (157 mm) e o ângulo de entrada (17º) não atingem os números mínimos necessários para classificar o Tracker como um utilitário esportivo pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Mesmo assim, ele é vendido como um SUV pela Chevrolet.
Não consideramos isso uma desvantagem. O Tracker é mais alto do que o Onix e o Onix Plus, o suficiente para passar por lombadas e entradas de garagens sem tocar os para-choques e o assoalho.
E, por outro lado, por ser mais baixo do que os SUVs concorrentes, ele tem as suspensões menos rígidas e uma posição ao volante mais próxima ao piso, algo que apreciamos.
A ergonomia é acertada, com todos os equipamentos à mão. Inclusive, a central multimídia e o ar-condicionado estão levemente voltados para o motorista.
O aro do volante é fino, favorece mãos pequenas, mas os comandos satélites são um pouco recuados, dificultando a utilização.
Os botões dos retrovisores elétricos posicionados atrás da alça da porta é o único deslize. No mais, todos os outros sistemas têm controles físicos, giratórios para as funções principais e de pressão para as secundárias, arquitetura ideal.
O ar-condicionado analógico permite operação cega por meio dos seus três botões giratórios. Acionado por este motor 1.2, o sistema funciona melhor do que nas versões com motor 1.0.
Aparentemente, o tempo de resfriamento é menor e a manutenção da temperatura é mais estável. O ruído de funcionamento é igual, está na média para a categoria. Mas, não existem saídas de ar para os passageiros de trás, dutos que ajudariam a resfriar o habitáculo mais rapidamente.
Teto solar se destaca ao cumprir teste de estanqueidade
Destaque da versão Premier, do Chevrolet Tracker RS Turbo (automático), equipamento mantido na RS, o teto solar panorâmico é um dos melhores do mercado.
Ele ocupa uma grande área do teto, tem abertura elétrica da cortina e do vidro e passou por um excelente teste de estanqueidade.
Na estrada, pegamos a maior chuva já enfrentada em todas as avaliações que já fizemos. Por mais de 20 minutos de tempestade, sem ter aonde nos abrigarmos, ou mesmo parar com segurança, as vedações do sistema não permitiram infiltração de sequer uma gota de água na cabine.
O multimídia conta com o atendimento remoto OnStar e existe Wi-Fi a bordo. Pareando ou espelhando o celular sem a necessidade de cabo, a central funcionou com precisão.
Este conjunto de recursos, mais comum às versões mais caras, está disponível deste o Tracker de entrada.
É certo que o velocímetro e o conta-giros analógicos têm números visíveis. Mas as marcações das frações são muitas e próximas, não contribuem para uma fácil leitura.
O computador de bordo posicionado entre eles tem dados múltiplos, completos e com números e letras visíveis.
O Tracker tem boa visibilidade para um SUV, mas ele ainda é alto, quando comparado aos hatches e sedans.
Contudo, a câmera de marcha à ré e o sensor de aproximação traseira ajudam bastante nas manobras de estacionamento.
As regulagens de altura e distância do volante, e as de altura do banco e cinto de segurança, garantem ótimo posicionamento ao motorista. O cinto do carona não foi contemplado com este sistema ajustável.
Rodando
A direção elétrica é direta, característica que deixa a condução mais esportiva. Ela é leve em manobras, mas poderia ganhar peso mais progressivamente, pois fica um pouco pesada em velocidades intermediárias.
As suspensões do Tracker entregam conforto e estabilidade equilibradamente, sem nenhum grande destaque para um dos dois quesitos.
Elas filtram muito bem as irregularidades dos pisos, trabalham silenciosamente e os pneus aparentam sofrer no amortecimento primário.
O modelo mantém a trajetória em curvas, não tende a sair de frente ou traseira, os pneus cantam, mas sua carroceria não inclina em excesso, o esperado para um modelo alto.
Comparação
Como avaliamos o Tracker Midnight recentemente, versão que usa o motor 1.0 turbo e o mesmo câmbio automático, vamos comparar estes dois conjuntos.
As trocas são suaves e as relações estão bem escalonadas em ambos, mas este motor 1.2 é menos sutil, responde prontamente ao mínimo curso do acelerador, requerendo sutileza ao acelerar para andar mais progressivamente.
Mas nós apreciamos essa característica. O SUV fica vivo, acelera e retoma velocidade com mais agilidade.
Após acostumar com o acelerador, dirigir o Tracker RS é muito mais divertido do que o Midnight. Com certeza, este motor 1.2 turbo é o mais apropriado para o peso e a proposta do modelo.
Acelerando forte, o giro sobe rapidamente, assim que a turbina começa a pressionar, e a rotação atinge 6.100 rpm, invadindo um pouco a faixa vermelha, antes das marchas passarem, programação que garante ótimo desempenho ao Tracker RS.
Os dois andam soltos, passam as marchas antecipadamente, buscando manter o motor em rotação mais baixa possível, privilegiando o baixo consumo.
Em sexta marcha, aos 90 km/h, o motor 1.2 gira às 1.600 rpm e, aos 110 km/h, a rotação fica às 1.950 rpm, regimes com 350 e 250 rpm mais baixos que no 1.0, respectivamente.
O isolamento acústico é muito bom, deixando a cabine silenciosa, a despeito da retenção aerodinâmica relativamente intensa, sentida a partir dos 80 km/h.
Ruído dos pneus é mais presente, mesmo assim, abafado. O som do motor só aparece em rotações maiores, acima das 2.500 rpm.
Porém, como em todos os modelos de três cilindros, ele é mais grave, intermitente, mais gostoso de ouvir do que o dos blocos de quatro cilindros.
Consumo
Avaliamos o consumo do Tracker RS em viagem de ida e volta ao interior de Minas Gerais, em trechos de 150 km.
Usando apenas gasolina, saindo da cidade mais alta para a mais baixa, cumprimos o percurso registrando 17 km/l. Na volta, mesmo com a diferença topográfica, conseguimos 16 km/l.
Como já prevíamos, o motor 1.2, apesar do melhor desempenho, entrega um consumo muito próximo ao do motor 1.0, pois o conjunto usa relação mais longa no diferencial, provavelmente, por ser uma alteração mais simples do que mudar as relações das marchas.
O Tracker RS é a versão mais bela que a Chevrolet já lançou no Brasil. Assim como a Midnight, o apelo visual é o que fala mais alto em ambas.
Mas, seus valores ficam muito próximos aos das versões mais bem equipadas. Optar por elas é uma decisão emocional, é para quem gosta de se destacar na multidão.
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