Estabilidade aumenta busca das empresas por crédito

A estabilidade econômica do País possibilitou um cenário de maior previsibilidade para empresas buscarem crédito no mercado. É o que disse o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, após crescimento de 11,9% na demanda dos negócios por recursos financeiros em novembro, segundo dados da própria empresa de análise de crédito. Somente em Minas, o aumento foi de 12,5% no mês. As vendas do final do ano e o início do ciclo de cortes das taxas de juros pelo Banco Central (Bacen) também contribuíram para essa evolução.

“No final de 2022, tinha um grau de incerteza bem maior. Eleição em outubro, segundo turno depois. Depois, todas as incertezas com relação à formação do novo governo. Então, as empresas também ficaram com um pouco de pé atrás”, explica Rabi.

O economista da Serasa aponta o contraste. Hoje, o cenário é bem mais definido, após a aprovação no Congresso Nacional do arcabouço fiscal e da reforma tributária, matérias importantes para a política econômica do governo federal, além de uma inflação menor. “Isso estimula um pouco as empresas a começar a desengavetar investimentos, projetos, que no ano passado estavam meio que guardados, justamente esperando alguma definição maior”, afirma.

Juros 

Luiz Rabi aponta que o início do ciclo de cortes da taxa de juros pelo Banco Central começou a surtir efeito na economia. Taxas menores farão as empresas continuar na busca por crédito para reduzir seu custo de capital, ao trocar dívidas antigas, mais caras, por dívidas novas, mais baratas.

Esse ajuste empresarial, somado a um cenário mais estável, contribui para que a economia cresça sem estar concentrada no agronegócio, mas diversificada em outros setores, que dependem mais do crédito. “Enquanto a Selic estiver caindo, as empresas vão estar tentando buscar crédito para trocar dívida velha por dívida nova. E tem essa redução da incerteza, que acaba estimulando as empresas a voltarem a investir e até contribuir para um crescimento econômico um pouco mais disseminado”, aponta Rabi.

O economista ressalta que esse crescimento mais diversificado da economia, proporcionado pela queda da taxa de juros e estabilidade econômica, acontece pela característica dos empreendimentos brasileiros, dependentes de financiamento. Fora as grandes empresas, que investem com recursos próprios ou captados no exterior, a maioria dos negócios nacionais faz uso dos recursos financeiros emprestados pelos bancos. Um expediente acessado tanto para novos investimentos, quanto para capital de giro.