Variedades

Exposição reúne cartazes de Maurizio Manzo

A exposição '35 Anos em Cartaz' é dedicada à memória de dois importantes designers e pensadores
Exposição reúne cartazes de Maurizio Manzo
Crédito: Centro Cultural UFMG/Divulgação

O Centro Cultural UFMG (avenida. Santos Dumont, 174, Centro) é palco da exposição ‘35 Anos em Cartaz’, do designer gráfico Maurizio Manzo. A mostra reúne cartazes produzidos entre 1986 e 2023 e é dedicada à memória de Cláudio Ferlauto e Guilherme Mansur, dois importantes designers e pensadores brasileiros. A curadoria é assinada pelo próprio autor e as obras poderão ser vistas até 4 de fevereiro de 2024. A entrada é gratuita e tem classificação livre.

A cultura do cartaz, segundo o artista, segmento das artes gráficas e visuais, funciona no Brasil dentro de uma curva que oscila, visto que em alguns momentos a produção é constante e em outros é deixada de lado. Portanto, levar os cartazes para dentro de uma galeria de arte é algo como pedir uma pausa e também uma reflexão histórica sobre esse importante elemento do design gráfico.

É um desafio escrever uma história nesse breve espaço de papel, pois sua escrita requer muitos recursos, como desenhos, fotografias, ilustrações, colagens e composições gráficas, pinturas, sobreposições cromáticas, tipografias, dentre tantos outros mecanismos.

Quem visitar a exposição vai poder acompanhar, de certa forma, as tendências estéticas de cada década e perceber o passar dos anos através das escolhas nas composições propostas: formas e cores, um capítulo à parte para a tipografia; recursos de fontes e estilos; letras desenhadas exclusivamente para determinado cartaz; e variadas opções de diagramação.

Evolução

Também será possível compreender a evolução das artes gráficas e formas de impressão, como no primeiro cartaz do Festival Internacional de Teatro (FIT), de 1992, que foi utilizada tinta preta fosca no fundo da peça, pois na época não existia nenhum recurso de verniz em impressão offset para criar o efeito de brilho no papel.

São exibidos ‘cartazes janelas’, os quais ficavam reservados um espaço para imprimir as informações, utilizando o recurso de silk screen, que poderiam mudar de acordo com o evento. Na série de cartazes do Goethe-Institut, muitas peças chegavam impressas da Alemanha com apenas uma fotografia e Maurizio Manzo fazia a diagramação interferindo na arte, colocando dados do horário, local, data e etc. “É um trabalho interessante que podemos chamar, na linha da exposição, de antes e depois. São muitos cartazes com impressão offset e silk screen juntos”, relata o designer gráfico.

Uma curiosidade é que muitos desses cartazes são de exposições realizadas no Centro Cultural UFMG, como “Aspectos da fotografia contemporânea alemã” (1992); “Alemanha – Brasil: exposição de artes plásticas” (1991); “Rugendas – 165 anos depois” (1991); “Hannah Höch – Colagens” (1995); “Stille Sensationen – Sensações Silenciosas” (1990); “A fotografia artística por volta de 1900 na Alemanha”, dentre outros.

Para Maurizio Manzo, “existe um grande fascínio nesse lugar que insiste em se fazer presente, mesmo com a cultura digital tão forte, hoje em dia, o cartaz continua em cartaz!”.

Maurizio Manzo é artista visual, designer gráfico, ilustrador e arte-educador. Formado em design gráfico pela UEMG (antiga Fundação Mineira de Arte – Fuma), com pós-graduação em arte e cultura mineira pela Escola Guignard – UEMG e projetos gráficos e editoriais pelo Centro Universitário UNA. Como professor, lecionou design gráfico na UEMG, Faculdade Metropolitana/MG e Universidade de Franca/SP. Chegou ao Brasil nos anos 1970. Antes, morou em Santiago, capital do Chile, e em Vigevano, Itália, onde nasceu. Em sua trajetória profissional manteve sempre o olhar atento e sensível na construção de imagens, num constante aprimoramento. Trabalha como designer gráfico e ilustrador.

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