Newave Energia busca crédito junto à Sudene para empreendimento em MG

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) registrou 78 pedidos de financiamento via recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) em 2023. Destes, sete se referem a projetos a serem implementados em Minas Gerais. Todos pertencentes ao grupo Newave Energia e voltados para a geração de energia renovável.
De acordo com informações da Coordenação-geral de Fundos de Desenvolvimento da autarquia, as sete consultas prévias foram aprovadas pela Sudene em junho do ano passado e os projetos encontram-se em fase de elaboração para serem apresentados ao Banco do Brasil S/A, que irá analisar a viabilidade econômico-financeira.
A aprovação da consulta prévia é uma etapa anterior à aprovação do financiamento do projeto, o que depende da aprovação da viabilidade econômico-financeira pelo agente operador.
O complexo de geração de energia fotovoltaica composto por 7 centrais geradoras fotovoltaicas com capacidade instalada de 48,1 MWac (59,2 MWp) cada, totalizando 337 MWac (415 MWp), no município de Arinos, no Noroeste do Estado e, uma vez concluído, injetará aproximadamente 108 MW médios (948 GWh/ano) no Sistema Interligado Nacional a partir do início da operação comercial previsto para dezembro de 2024.
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O projeto tem previsão de geração de 4,1 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de implantação, e 100 empregos diretos e indiretos quando entrar em operação.
Total de financiamentos da Sudene via FDNE
No total, as solicitações somaram R$ 7,5 bilhões. Quase a totalidade das empresas que buscaram a Sudene para obtenção de crédito atuam na área de geração de energia solar e eólica. Apenas um empreendimento foi do setor hoteleiro. Vale destacar que dos 78 pedidos de financiamento, 45 tiveram as consultas prévias aprovadas pela Diretoria Colegiada da Sudene. Estas somam R$ 4,8 bilhões em créditos.
Considerando a localização das demandantes, 20 desejam instalar projetos no estado do Piauí. Seguem na ordem Bahia (17), Ceará (12), Rio Grande do Norte (12), Pernambuco (5), Paraíba (3) e Maranhão (2), além dos sete em Minas Gerais. Nacionalmente, a demanda por créditos em 2023 representa crescimento de 5% frente a 2022.
De acordo com o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, o pedido de incentivo fiscal é um mecanismo fundamental para as etapas de atração e de modernização de investimentos para determinada localidade. Segundo ele, os fundos regionais caracterizam-se como instrumentos da autarquia para que sejam realizados o desenvolvimento econômico das porções Nordeste e Norte de Minas Gerais, assim como do Espírito Santo, regiões contempladas com o fomento.
“As solicitações de crédito ultrapassaram o volume de crédito do FDNE para 2023, que foi de R$ 1,3 bilhão. Isso mostra que a Sudene é uma alternativa confiável e estratégica para obtenção de crédito pelos empreendimentos. Este cenário, inclusive, já foi apresentado como justificativa para balizar o recente pedido de capitalização deste fundo regional. Temos uma demanda represada que precisamos atender”, avalia Cabral.
Demais diretores da Sudene destacaram a participação em eventos, feiras e reuniões com empreendedores para dar mais visibilidade à linha de crédito administrada exclusivamente pela autarquia. E disseram que há aumento das expectativas para investimentos do setor empresarial no País, bem como “iniciativas do governo federal para o avanço da migração para geração de energias renováveis”.
O que acontece após a aprovação dos créditos da Sudene?
Com relação aos sete pedidos de empresas que buscam crédito para se instalarem em Minas Gerais, após a aprovação da consulta prévia, a Sudene emitirá termo de enquadramento ao interessado. Esse termo permitirá negociar os trâmites com o agente operador credenciado.
Essa negociação compreende a apresentação e solicitação de análise técnica e de risco. Atestada a viabilidade dos empreendimentos, a superintendência poderá, então, aprovar o financiamento, procedendo com a liberação do crédito.
Condições facilitadas
Uma das vantagens do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste é a estrutura do seu financiamento. O FDNE oferece prazos que se iniciam em 12 anos e pode chegar a 20 anos no caso de projetos de infraestrutura.
Os empreendedores têm à disposição uma taxa de carência de um ano após a data prevista de início das operações do empreendimento. Além disso, a taxa média de juros, uma das menores do mercado, registrou, em 2023, índices de 8% ao ano, dependendo do porte e da localização do empreendimento solicitante.
*Matéria atualizada em 08/01/2024 às 16:49h
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