Economia

Balança de Minas Gerais poderá ser recorde se permanecer em alta

Saldo no acumulado entre janeiro e maio atingiu o recorde de US$ 11 bilhões, segundo a FJP
Balança de Minas Gerais poderá ser recorde se permanecer em alta
Crédito: Divulgação / Sindaport

As expectativas dos analistas de mercado continuam apontando para que a balança comercial de Minas Gerais continue em alta até o final de 2024. Inclusive, caso se mantenha nesse patamar, existe a possibilidade de ser recorde, superando o montante de 2011, quando a balança comercial de Minas Gerais alcançou a cifra de US$ 41,3 bilhões. Em maio, o superávit foi de US$ 2,5 bilhões, sendo que as exportações alcançaram US$ 3,8 bilhões e as importações, US$ 1,3 bilhão.

No acumulado de janeiro a maio de 2024, as exportações de Minas Gerais cresceram 5,8% e as importações recuaram 1,7% na comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados do comércio internacional da Fundação João Pinheiro (FJP). Os produtos que continuam puxando o saldo comercial da balança do Estado são o minério de ferro e o café.

“Para o resto do ano, acredito que devemos continuar com resultados expressivos. Não vejo nenhum fator que possa impedir o saldo comercial continuar crescendo ou registrando novos recordes ao longo desse ano. A não ser que haja uma queda bem relevante de preço do minério de ferro”, avaliou o pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP), Lúcio Barbosa.

De acordo com Barbosa, o minério de ferro e o café foram produtos tiveram um crescimento grande no valor exportado, mas essa alta no valor ainda foi um pouco inferior ao crescimento no volume exportado. “Então, mais do que ganho de preço, o que parece estar acontecendo aí é que o aumento do volume exportado, tanto do café quanto do minério, que juntos respondem por quase 40% da pauta de exportação do Estado, estão favorecendo esses resultados comerciais”, disse o pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP), Lúcio Barbosa.

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Nas importações, a retração de 1,7% foi resultado da queda mais expressiva das importações de combustíveis minerais, com redução de 11,3% e de produtos químicos que caiu 40%.

“Os combustíveis minerais e os produtos químicos orgânicos, em que pese, tem havido o crescimento do volume importado. Então, possivelmente, o efeito preço de uma queda internacional do valor do barril do petróleo, na comparação com o mesmo período do ano passado, que também impactou na redução do valor desses produtos químicos orgânicos, pode estar contribuindo para essa redução nas importações”, explicou.

Cenário da balança comercial de Minas Gerais é promissor

O economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, também vê com bons olhos as perspectivas de crescimento da balança comercial de Minas Gerais. “Projetamos que esse cenário possa se estender até o final de 2024, o que implica na injeção de mais renda na economia mineira. Dentre os dez principais destinos dos produtos mineiros, sete tiveram resultado positivo e apenas três negativos. Só considerando os dois principais mercados, como China e Estados Unidos, foram responsáveis por mais de US$ 1 bilhão na balança”, destacou.

De acordo com Brito, existe uma forte tendência de manutenção na balança comercial mineira, também puxada pelo crescimento da economia norte-americana, mesmo passando por um período inflacionário. “A economia nos Estados Unidos vem em alta e é bem pujante, portanto, continua comprando bastante. A economia chinesa continua com a demanda crescente e temos alguns países fora da Europa que estão em situações positivas nas compras. Este cenário pode nos propiciar fechar o ano com exportações entre US$ 41 bilhões e US$ 42 bilhões”, projetou.

Porém, mesmo acreditando que é provável manter a tendência e registrar algum recorde em 2024, ele reforça que este cenário se consolidará, “desde que as variáveis permaneçam inalteradas até o final de 2024”, ponderou Brito.

“As exportações para Arábia Saudita, Argélia, Bélgica, Canadá, Indonésia e Peru aumentaram. Esses mercados reagiram bem e compraram bastante. É um resultado positivo e nos resta aguardar se vai se manter no decorrer do ano”, disse.

Outro ponto, segundo o especialista, é o preço do café, que tinha a saca de 60 quilos em torno de US$ 197 e hoje gira em torno de US$ 220/US$ 230, o que reforça a balança comercial de Minas Gerais.

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