Pipeline de cluster da Holanda no Brasil chega a R$ 150 milhões

O cluster Dutch Technical Team for Dam Safety (DTTD), formado por empresas dos Países Baixos – comumente chamado de Holanda – que desenvolvem soluções sustentáveis para mineradoras em Minas Gerais e em todo o Brasil, está com um robusto pipeline de projetos. Entre os serviços já executados e os que estão em negociação, o valor chega a R$ 150 milhões.
Atuando desde 2021 no País, o consórcio nasceu de um programa de parceria público-privada (PPP) do governo holandês. A ideia do grupo era reunir a experiência de cada membro para oferecer ao setor de mineração soluções integradas que cobrissem todas as demandas dos clientes. A abordagem deu certo e as principais produtoras de minério são atendidas pelo cluster.
Inicialmente seis empresas compuseram o cluster, que posteriormente ganhou mais duas. Elas fornecem serviços como: estudos ambientais; avaliação geológica e geotécnica; tecnologia inovadora de sensoriamento e monitoramento de barragens; dragagem elétrica de precisão; medição ultrassônica de densidade de polpa; e solução de isolamento impermeável do solo.
De acordo com o coordenador do DTTD, Jean-Philippe Esteves, cada integrante tem a sua parcela de importância dentro do grupo, na concepção de ofertar soluções integradas para a indústria mineral do Estado e nacional. “Muitas vezes, empresas de uma determina área oferecem apenas uma parte do serviço. Entendemos que era melhor oferecer o pacote inteiro e não somente um pedaço dele. Cada empresa agrega algo ao cluster, respondendo à demanda do cliente”, disse.
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A coordenação do consórcio é assumida pela Antea Group, empresa que ele representa e que teve papel fundamental para o sucesso do projeto, visto que é holandesa, mas tem duas décadas de atuação no Brasil e conhece o mercado nacional. As outras participantes são: Arenal, Cohere, In Tech, Rohr-Idreco, Eijkelkamp, Trisoplast e a LG Sonic, que entrou recentemente para a equipe.
A mais nova componente, segundo Esteves, encaixou como uma luva no cluster, porque fornece uma solução inovadora e sustentável para o controle e monitoramento de algas em grandes empreendimentos. “Normalmente, quando tem muita alga no reservatório de água, as soluções para eliminá-las são produtos químicos, mas a LG Sonic não utiliza. Ela trabalha com ondas ultrassônicas, que vão conseguir eliminar essas algas sem prejudicar o meio aquático”, afirmou.
Consórcio está aberto para novas empresas e continuará trabalhos após o fim do programa
Conforme o coordenador, o DTTD está 100% aberto para receber novas empresas holandesas que tenham interesse em atuar no Brasil. Ele reitera que, por ser uma PPP do governo da Holanda, a primeira condição para ingressar no cluster é o DNA holandês, porém, isso não exclui a possibilidade de cooperações com negócios locais. “Não vamos conseguir trabalhar olhando apenas para nós mesmos. Estamos abertos para parcerias com os brasileiros”, enfatizou.
Esteves ressalta que o consórcio já é parceiro, por exemplo, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). E vai participar de um dos mais relevantes encontros da mineração da América Latina, a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), que acontecerá em setembro, na capital mineira. O cluster terá um estande e apresentará uma palestra técnica no evento.
Luiza Andrade, representante adjunta do Netherlands Business Support Office (NBSO), escritório de apoio empresarial dos Países Baixos instalado em Belo Horizonte, salienta que o programa de PPP do governo da Holanda, apoiador do cluster, vai ser encerrado em dezembro deste ano, no entanto, o objetivo é que os trabalhos sigam de forma privada. “A parceria com o subsídio holandês acaba, mas a ideia é que as empresas continuem tocando esse projeto juntos”, destacou.
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