Economia

Confiança dos industriais mineiros recua em julho, mostra índice da Fiemg

Confiança dos industriais mineiros recua em julho, mostra índice da Fiemg
Foto: Rob Lambert / Unsplash

A confiança dos industriais mineiros está menos intensa em julho. É o que mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) nesta segunda-feira (15).  O índice registrou recuo de 0,9 ponto, passando de 51,5 pontos em junho para 50,6 pontos neste mês.

O resultado, segundo a economista da entidade, Daniela Muniz, é explicado pela piora na percepção dos empresários sobre a situação atual da economia e pela redução no otimismo para os próximos seis meses.

Ela observa que, apesar da retração, os industriais mineiros seguiram confiantes pelo 18º mês. No entanto, essa confiança foi menos intensa e disseminada, ao ficar perto da linha divisória dos 50 pontos — limite entre falta de confiança e confiança.

O cálculo do Icei resulta da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de zero a 100 pontos, sendo que os valores acima de 50 pontos indicam uma percepção de situação atual mais favorável em relação aos seis meses anteriores e uma expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

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Conforme o levantamento da Fiemg, frente a julho do ano passado (53,4 pontos), o índice em Minas retraiu 2,8 pontos, e ficou 2,1 pontos abaixo da sua média histórica (52,7 pontos). No âmbito nacional, o Icei teve queda de 1,3 ponto na passagem de junho (51,4 pontos) para julho (50,1 pontos) e sinalizou uma neutralidade entre os industriais brasileiros, tendo em vista que o indicador ficou praticamente sobre a linha dos 50 pontos.

A economista explica que a manutenção da confiança nos últimos meses pode ser atribuída, em especial, ao aumento do poder de compra das famílias, impulsionado pelo mercado de trabalho resiliente, além das diversas políticas de transferência de renda realizadas pelo governo. Ela também destaca a elevação do salário mínimo acima da inflação e seu impacto positivo no consumo.

“Por outro lado, as incertezas relacionadas às contas públicas e à trajetória da taxa de juros, além do recente movimento de fortalecimento do dólar, contribuíram para que a confiança ficasse em patamares baixos”, explica.

Componentes da confiança dos industriais mineiros

O Icei é dividido em dois componentes: condições atuais e expectativa. No caso do componente de condições atuais, houve um recuo de 0,9 ponto ante junho (45,8 pontos), marcando 44,9 pontos em julho.

Esse índice sinalizou uma percepção negativa dos empresários sobre as condições econômicas do Brasil e de Minas Gerais, assim como sobre seus próprios negócios. Na comparação com julho de 2023 (47,3 pontos), o indicador caiu 2,4 pontos.

E o componente de expectativas recuou 0,8 ponto frente a junho (54,3 pontos), registrando 53,5 pontos em julho. Em relação a julho de 2023 (56,5 pontos), o índice decresceu três pontos.

Perspectiva para o índice de confiança dos industriais mineiros no segundo semestre

Daniela Muniz destaca que o segundo semestre é tradicionalmente mais aquecido, impulsionado por datas fortes, como a Black Friday e o Natal, além do pagamento do 13º salário. Apesar das variáveis positivas, ela observa que há fatores que podem interferir negativamente na confiança do industrial de Minas Gerais, entre eles, a preocupação com as contas públicas e o comportamento do dólar.

“Vale lembrar que dólar alto durante muito tempo tem impacto na inflação e nos custos. Assim, deve prevalecer no segundo semestre a cautela por parte do empresário da indústria mineira”,  analisa. Ela acrescenta que a taxa de juros ainda elevada também interfere na confiança.    

O boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (15), mostra que os economistas ouvidos pelo Banco Central apostam na estabilidade de 10,5% neste ano para a taxa básica da economia, a Selic.

Foi no último dia 19, em decisão unânime do Banco Central (BC), que aconteceu a interrupção do ciclo de cortes da taxa básica de juros. Na ocasião, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano.

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