Turismo sustentável é foco de Congresso Nacional em Belo Horizonte

Fazer do Estado de Minas Gerais referência de turismo sustentável. Este é o objetivo do 1º Congresso Nacional do Turismo e Cultura Sustentável, previsto para acontecer nos dias 22 e 23 de outubro, em Belo Horizonte, com três eixos temáticos principais: governança, inovação e economia circular.
Organizado pela Efkaz Turismo, o Congresso pretende discutir como o turismo sustentável pode impulsionar economias locais, promover inclusão social e preservar destinos não só de Minas, mas de todo o Brasil.
“Nosso Estado é muito rico em recursos naturais. Temos um portfólio a ser apresentado para o mundo muito interessante e, atualmente, temos levado isso mais pelo viés cultural e de lazer. Eu acredito que precisamos dar um formato sustentável para o turismo do nosso Estado, para que ele possa ser copiado no Brasil inteiro para preservarmos nossos atrativos e gerarmos um turismo mais consciente”, defende a sócia-proprietária da Efkaz Turismo, Mônica Maria da Silva.

Ela explica que o turismo consciente gera emprego, renda e eleva o patamar das localidades. O também sócio da Efkaz Turismo, Rodrigo Cezário, revela que o Estado de Minas Gerais ainda não possui nenhum destino com selos que certificam esse turismo sustentável que pensa no impacto ambiental e social. Ele revela que dentre as atrações do Congresso é esperado, inclusive, o lançamento do selo “Turismo Verde” pela Secretaria Estadual de Turismo e Cultura de Minas Gerais, a Secult, “para o próprio Estado começar um trabalho de reconhecer e desenvolver seus destinos”, diz.
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Há alguns dias, o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio, falou sobre o turismo sustentável no Estado. Na ocasião, ele afirmou ser um sonho que o Estado de Minas Gerais seja reconhecido por um “turismo verde”.
”Queremos a cultura no centro do turismo mineiro, como uma experiência. (…) espero que Minas seja vista como aquele lugar onde a natureza é cuidada, a agricultura familiar, que é 80% da nossa agricultura, seja valorizada”, disse o secretário.
Na opinião de Cezário, é preciso repensar o turismo e suas interações com o meio ambiente e as comunidades locais de forma a discutir ações para minimizar os impactos do turismo na sociedade e qualificar a governança na forma de gestão.
“Podemos fazer turismo sustentável em uma metrópole. O que tem acontecido é que o crescimento desordenado do turismo, seja na natureza ou nas cidades, tem prejudicado a biodiversidade, os recursos naturais e o patrimônio cultural. Queremos nivelar todos os atores envolvidos sobre a importância desse turismo consciente para que possamos, a partir daí avançar, ao nível de propostas, negócios e fomentos”, avalia.

No Congresso estão previstas palestras envolvendo 14 temas e os três eixos temáticos principais. O público esperado é de 650 pessoas e a organização espera reunir desde estudantes e interessados no tema a gestores, profissionais, pesquisadores, empresários, sociedade civil e associações para que todos entendam, cada vez mais, a importância do tema e percebam a janela de oportunidades que se abre nesse setor. “Queremos discutir também o desenvolvimento local e a preservação da cultura nas cidades. As comunidades locais precisam ser preparadas para este turismo e se beneficiar de forma correta dele, para que ele não seja apenas predatório”, afirmou Cezário.
Ainda em fase de formatação, o Congresso já conta com um projeto aprovado em edital da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte, a Belotur, com verba de R$ 140 mil. Entretanto, os organizadores ainda buscam apoio e patrocinadores para a realização do evento. Entre as verbas de financiamento, estão os ingressos que já garantem uma importante fatia do custeio do evento. O acesso ao Congresso será vendido, provavelmente, por R$ 350, e os congressistas contarão com palestrantes relevantes acerca do tema além de cases de sucesso.
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