Dia do Suinocultor: suinocultura tem grande importância para Minas Gerais

Nesta quarta-feira (24) é comemorado o Dia do Suinocultor. Em Minas Gerais, a suinocultura se transformou em uma importante atividade econômica e fundamental para garantir a segurança alimentar da população. A produção do Estado é a quarta maior do País, atrás somente dos estados do Sul. A suinocultura mineira se diferencia por ser, em sua maioria, conduzida por produtores independentes.

O presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), João Carlos Bretas Leite, ressalta a importância dos suinocultores na condução da atividade, que é geradora de empregos e se destaca pelo uso de tecnologia.

“A suinocultura mineira representa a suinocultura independente e empresarial do País. Nossa atividade é pulverizada tanto na produção de suínos através das granjas quanto do processamento através dos frigoríficos. As características da suinocultura mineira ampliam a sua importância como geradora de renda, empregos, impostos e fixação de pessoas no campo. Destaca-se também pelo uso da tecnologia, sendo das mais modernas no agronegócio brasileiro atualmente”, disse.

Conforme o suinocultor Cássio Diniz Alves, da Fazenda Agropecuária Três Irmãos, em Pará de Minas, a atividade na região Centro-Oeste é caracterizada justamente pela suinocultura independente e voltada para abastecer o mercado interno.

“Na Três Irmãos trabalhamos, em média, 2 mil suínos ao mês, o que representa cerca de 200 toneladas de carne vendida ao mercado. Nossa produção é destinada aos frigoríficos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e voltada para abastecer o mercado interno”.

Suinocultura está em fase lucrativa

Alves destaca que, neste ano, a atividade está gerando lucro para os produtores. Hoje, o quilo do suíno vivo está, em média, R$ 8, enquanto o custo está por volta de R$ 6,20 por quilo. Assim, o valor é suficiente para garantir uma margem de lucro.

Apesar do cenário favorável, nem sempre é assim. Entre 2021 e meados de 2023, o setor enfrentou a mais longa crise de preços, com os custos elevados e valores recebidos abaixo do necessário para lucrar. O resultado foi o acúmulo de uma série de prejuízos, o que afastou muitos suinocultores da atividade.

“A produção é desafiadora. No período, ficamos cerca de 20 meses acumulando prejuízos. Hoje, estamos em um momento bem mais confortável, onde a atividade está com margem de lucro. Mas, é difícil recuperar o que foi perdido nos anos anteriores”, conclui Alves.

Polos

Considerando a suinocultura independente, a região Centro-Oeste de Minas ocupa o segundo lugar entre as maiores produtoras do Estado. Conforme os dados da Asemg, Minas Gerais tem três polos produtivos da carne suína.

Entre eles, a Zona da Mata concentra cerca de 91 mil matrizes e responde por 35% do volume estadual. Logo em seguida, vem o Centro-Oeste, com 30 mil matrizes e representando 12%.

No polo do Triângulo Mineiro, mais caracterizado pela suinocultura integrada, a produção gira em torno de 130 mil matrizes e responde por 50% do volume mineiro. A suinocultura nas demais regiões do Estado conta com mais 8.608 mil matrizes e responde por 3% do total.

Consumo de carne suína é o maior do Brasil

A produção elevada e de alta qualidade aliada à culinária típica mineira fazem com que o Estado seja o maior consumidor per capita da carne suína. Para atender a demanda interna e externa, a atividade no Estado conta com 259.608 matrizes, representando, portanto, 13% do plantel no território brasileiro.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Minas é destaque no consumo da carne suína com cerca de 27,1 quilos per capita/ano em 2023. Já no País, o volume foi de 18,3 quilos, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A grande diferença no consumo se deve à culinária tradicional do Estado, que tem a carne suína como um dos principais ingredientes. Conforme o IBGE, em 2023, Minas Gerais foi responsável pela produção de 594,1 mil toneladas de carne suína, um avanço de 0,6% frente a 2022. No Brasil, o volume chegou a 5,2 milhões de toneladas.

A produção mineira, além de abastecer o mercado interno, também é exportada. No ano passado, conforme a Seapa, as exportações somaram 22,9 mil toneladas, volume que cresceu 14,8%. A movimentação financeira ficou 19,9% maior, gerando, assim, US$ 49,2 milhões.