Setor de panificação espera crescer até 8% neste ano

Em Minas Gerais, foram abertas mais de 2 mil padarias e confeitarias de janeiro a maio deste ano. Com cerca de 34 mil negócios do tipo, é o segundo estado no País com maior número de estabelecimentos ativos do segmento, atrás apenas de São Paulo, segundo dados do Sebrae Minas. Mesmo frente a dificuldades com alta do dólar e da mão de obra, a expectativa de crescimento do setor no Estado é de 6% a 8% em 2024.
Ao todo, foram 2.615 negócios do setor abertos no Estado nos primeiros cinco meses do ano. O presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinícius Dantas, o segmento está em franco crescimento, muito por conta da diversidade no leque de serviços e produtos dos estabelecimentos. “A padaria oferece vários serviços e isso é muito importante para o setor. Ele está dinamizando e vai mudando um pouco a sua especialidade”, disse.
Mas mesmo em um momento positivo, o setor enfrenta alta dos custos pela elevação do dólar, que afeta o preço do trigo, e na energia elétrica. Outro grande desafio está também na mão de obra, com um aumento muito alto na folha de pagamento para retenção de empregados, que são disputados para outras atividades, como aplicativos de transporte e delivery.
“Os aplicativos estão acabando não só com o setor, mas com toda a mão de obra no País. Existe uma CLT falida, no qual ela rege para o CNPJ algumas regras que não rege para os aplicativos”, disse.
Por conta da alta dos custos, algumas padarias e confeitarias não conseguem repassar os custos aos clientes, já que para isso, depende do negócio estar localizado em uma região de maior poder aquisitivo. “Dependendo de região onde você está, não consegue. O estabelecimento termina fadado ao fechamento”, diz Dantas.
Empresas de panificação migram para mercado livre de energia
No desafio de diminuir custos com energia, Vinicius Dantas aponta que as maiores empresas do setor buscam migração para o mercado livre de energia, por serem de média e alta tensão e terem capacidade de investimento. Mas, segundo dados da Receita Federal, 99% das padarias e confeitarias formalizadas em Minas Gerais são pequenos negócios.
Esses pequenos empreendimentos geram mais de 52 mil empregos em todo o Estado. Belo Horizonte, 4,7 mil negócios, é a cidade que concentra o maior número de empresas do setor em Minas. Em seguida aparecem Uberlândia (1.346), Juiz de Fora (1.284) Contagem (1.234).
A Padaria Cataguases, há 31 anos no bairro Santo Antônio, na Capital, tem 16 lojas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O encarregado do setor de panificação da empresa, Roney Sérgio de Oliveira, ressaltou a dificuldade com a mão de obra supracitada, mas enfatizou o bom momento da empresa. “A gente vem num crescimento expressivo mês a mês, de 11%. E nossa expectativa de fechar o ano assim”, comentou.
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