Projeto quer dar mais visibilidade para pequi e frutos do Cerrado

Com o objetivo de dar visibilidade ao pequi e às variedades de frutos nativos do Cerrado, está em execução o projeto Sabores do Gerais em Montes Claros. Várias ações serão realizadas na região Norte de Minas e terão como objetivo incentivar o turismo gastronômico, promover o fortalecimento da economia regional e a produção sustentável dos frutos.
O projeto Sabores do Gerais é uma iniciativa vinculada ao Programa Mineiro de Incentivo ao Cultivo, à Extração, ao Consumo, à Comercialização e à Transformação do Pequi e Demais Frutos e Produtos Nativos do Cerrado (Pró Pequi). Através do Pró Pequi, que é um convênio firmado entre a Prefeitura de Montes Claros e o governo de Minas Gerais através da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), será investido cerca de R$ 1 milhão nas ações.
De acordo com a coordenadora da equipe técnica do projeto Sabores do Gerais, Sarah Alves de Melo Teixeira, o principal objetivo é dar visibilidade tanto às variedades de frutos nativos da região quanto às cadeias produtivas. Com isso, o objetivo é disseminar na região de Montes Claros as informações para que a população conheça o arranjo produtivo local.
“O projeto tem essa missão de dar visibilidade a todo o trabalho executado pelos agricultores familiares e agroextrativistas. Eles fazem o manejo, a produção e atuam na comercialização desses produtos. São itens da cultura alimentar do Norte do Estado, fazem parte da cultura alimentar geraizeira e, por isso, o nome Sabores dos Gerais. Isso é importante para a valorização e estímulo à produção sustentável dos frutos, que muitos montes-clarenses, às vezes, não conhecem”.
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Dentre os frutos que fazem parte do projeto estão o pequi, a castanha do baru, do jatobá, o buriti, o umbu, entre outros.
Ações darão visibilidade e estímulo à produção dos frutos do Cerrado
Para dar visibilidade aos frutos do Cerrado, há metas. Uma delas será o maior uso da comunicação e do marketing para mostrar o trabalho dos agricultores familiares.
“Estes produtores são invisíveis, eles ficam muito escondidos. Então, vamos valorizar essas pessoas. Vamos fazer vídeo de receitas usando esses diversos ingredientes desde a pimenta de macaco, passando baunilha do Cerrado até o nosso rei, que é o pequi. Vamos falar da diversidade de pratos com o pequi. É uma riqueza, é uma diversidade de cores, sabores e aromas, mas as pessoas não conhecem”.
Outra meta é a realização de um estudo e um mapeamento da cadeia de valor do Arranjo Produtivo Local (APL). O responsável será o Sebrae Minas. Também está prevista a realização de rodadas de negócios, unindo quem produz e os compradores.
“A ideia é fazer um estudo de mercado e um mapeamento identificando quem produz e quem quer comprar os frutos. A gente precisa conhecer o mercado potencial para vendermos e, assim, estimular a produção”, explicou.
Gastronomia tem papel fundamental
Conforme a coordenadora, a gastronomia terá papel fundamental para dar maior visibilidade aos produtos do Cerrado, que precisam alcançar o mercado e se consolidar. Para isso, os envolvidos no projeto promoverão, em parceria com outra instituição, um curso de gastronomia.
“Queremos oferecer para um público específico, previsto no projeto, um curso. A ideia é ensinar como podem adicionar esses elementos nos pratos, nas receitas dos dias do dia. O público alvo da capacitado são da alimentação fora do lar, de restaurantes, bares ou que querem empreender no ramo da gastronomia”.
Também estão nos planos focar a alimentação escolar. A ideia é introduzir os frutos do Cerrado na alimentação das escolas, apresentando as opções para os estudantes e ajudando a estimular o consumo nos lares também. Haverá capacitações para as merendeiras e nutricionistas da rede de educação.
Haverá ainda ações junto aos restaurantes e bares da região. Conforme Sarah Teixeira, vários restaurantes – selecionados por chamada – participarão de uma imersão de consultorias com chefs de cozinha.
“Queremos que eles coloquem nos cardápios pratos que tenham ingredientes nativos do bioma, desde os drinks até prato principal e sobremesa. Assim, vamos estimular o turismo gastronômico, não só de quem vem de fora, mas também dos moradores da região”.
Expectativa é gerar resultados positivos para produtores e a biodiversidade
Com todas as ações, a expectativa é gerar resultados positivos para os produtores que, em sua grande maioria, são familiares. A coordenadora do projeto explica que todo o esforço é para fortalecer a cadeia de valor dos frutos do Cerrado, dos negócios e da diversidade.
“Quando se cria um incentivo comercial, se mobiliza toda uma cadeia. As ações impactam em quem está produzindo. Ao dar visibilidade, você amplia a comercialização e incentiva as pessoas a continuarem, melhorando a qualidade de vida. A proposta, realmente, é valorizar o agricultor familiar que é o guardião da cultura geraizeira, da biodiversidade, que mais do que nunca, a gente precisa conservar”,
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